Forças de segurança do Estado de São Paulo cumprem 25 mandados contra célula do Primeiro Comando da Capital que monitorava rotina de promotor, coordenador de presídios e demais alvos
Por Sandra Venancio
Em uma ação conjunta realizada nesta sexta-feira (24/10), o Ministério Público de São Paulo (MPSP), a Polícia Civil do Estado de São Paulo (PCSP) e a Polícia Militar do Estado de São Paulo (PMSP) conseguiram frustrar um plano de homicídios contra autoridades públicas no interior paulista, resultando no cumprimento de 25 mandados de busca e apreensão na região de Presidente Prudente.
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De acordo com as investigações, uma célula criminosa ligada ao PCC vinha mapeando as rotinas de autoridades identificadas como alvos — entre eles o promotor de Justiça Lincoln Gakiya, que atua há anos contra a facção, e o coordenador regional de presídios Roberto Medina.

Os 25 mandados estão sendo executados em sete municípios: 11 em Presidente Prudente, 6 em Álvares Machado, 2 em Martinópolis, 2 em Pirapozinho, 2 em Presidente Venceslau, 1 em Presidente Bernardes e 1 em Santo Anastácio.
Segundo o MPSP, a facção havia alugado imóvel a cerca de 900 metros da residência de Gakiya, como parte do plano de execução. A investigação detalha que o grupo monitorava a movimentação de familiares das autoridades, deslocamentos profissionais, e elaborava estratégias para o atentado.
A operação, denominada “Recon”, foi conduzida pela 1ª Delegacia de Investigações Gerais (DIG) da DEIC 8 da PCSP, com apoio da PMSP e da carreira do MPSP. Em nota, o MPSP afirmou que “a atuação coordenada demonstra a determinação do Estado em impedir a escalada de violência organizada contra o sistema de justiça”.
IMPLICAÇÕES
A ação tem repercussão significativa, pois revela a capacidade de facções criminosas em planejar atentados complexos contra autoridades públicas — o que coloca em risco não apenas indivíduos, mas o funcionamento do sistema de justiça e da segurança pública. A atuação na região Oeste paulista evidencia que essa logística se estende além dos grandes centros metropolitanos.
Especialistas ouvidos pela imprensa apontam que tais operações são fundamentais para desarticular o braço armado das quadrilhas e restabelecer o controle do Estado sobre regiões vulneráveis à influência do crime organizado. A investigação e prevenção nesse caso podem evitar consequências graves como retaliação aos agentes públicos ou desestabilização institucional.
PRÓXIMOS PASSOS
Ainda em andamento, a operação pode resultar em prisões de integrantes da célula, colheita de provas sobre financiamento, armas, logística e comunicação entre membros da facção. O MPSP e a PCSP farão coletiva nesta tarde para atualização das fases seguintes. A identificação e proteção das vítimas prioritárias também serão reforçadas nos próximos dias.




