Operação do 6º Distrito Policial revela rede com 46 empresas de fachada, comércio ilegal em plataformas digitais e lavagem de dinheiro ligada a galpões no Jardim Itatinga e uma casa de luxo no Swiss Park
Por Sandra Venancio
Uma operação conduzida pelo 6º Distrito Policial de Campinas desmantelou um esquema milionário de falsificação, contrabando e venda irregular de produtos que atuava a partir de galpões no Jardim Itatinga e tinha ramificações em outros estados.
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A ação, deflagrada no fim de outubro e detalhada nesta semana pelo delegado Elton Costa, resultou na prisão preventiva de um dos responsáveis e na apreensão de grande quantidade de produtos falsificados, entre eles medicamentos irregulares, perfumes e toners adulterados. As investigações também levaram à descoberta de um segundo galpão e uma casa de luxo no bairro Swiss Park, onde viviam integrantes da quadrilha.

sócio e o início da operação. Foto Divulgação Policia Civil
Estrutura empresarial e rede de fachada
Segundo o delegado, a investigação começou após denúncia anônima sobre movimentações suspeitas em um galpão do Itatinga. Ao aprofundar as apurações, a equipe descobriu que a estrutura funcionava como uma empresa organizada, com 46 empresas de fachada registradas em outros estados e 154 perfis ativos em plataformas de e-commerce, usados para anunciar e distribuir produtos falsificados.
O esquema tinha uma cadeia logística própria, com setores de embalagem, rotulagem, despacho e controle de estoque. Além do comércio digital, a polícia encontrou provas de falsificação no próprio galpão, incluindo selos, frascos, tubos, etiquetas e embalagens industriais.
Lavagem de dinheiro e padrão de luxo
As investigações apontam que o grupo movimentava milhões de reais em vendas online, utilizando “laranjas” para registrar empresas, imóveis e veículos. O dinheiro era lavado por meio de contas bancárias de terceiros e transferências fracionadas.
Durante as buscas, os policiais constataram que os investigados mantinham um alto padrão de vida, com viagens internacionais, carros de luxo e gastos incompatíveis com a renda declarada. A esposa de um dos suspeitos teria fugido para os Estados Unidos após a prisão do sócio e o início da operação.
Tentativas de apagar provas
Conversas extraídas de celulares apreendidos mostram que os envolvidos trocavam mensagens para alertar sobre viaturas na região, combinavam rotas de fuga e até tentaram apagar dados e aplicativos durante as buscas da polícia.
Crimes e continuidade das investigações
Os investigados devem responder por falsificação de produtos médicos e industriais, crimes contra as relações de consumo, estelionato, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro.
Até o momento, dois suspeitos permanecem presos, e as investigações continuam para identificar outros integrantes da rede e rastrear o destino dos recursos obtidos com o esquema.
A Polícia Civil deve encaminhar os resultados da operação à Delegacia de Investigações Gerais (DIG) e à Receita Federal, que podem ampliar o inquérito para o âmbito interestadual e internacional.




