Polícia Civil cumpre mandados, prende parte do grupo e identifica esquema que usava dados de processos reais para extorquir vítimas em diversas cidades da região
A Polícia Civil desencadeou nesta terça-feira (25) a Operação Spes Vana para desmontar uma quadrilha que se passava por advogados e convencia vítimas a transferirem dinheiro sob o pretexto de pagar tributos antes da liberação de indenizações judiciais. O grupo usava informações verdadeiras de processos para tornar o golpe mais convincente e atuava em várias cidades da região, com liderança instalada na área de Ribeirão Preto.
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As investigações começaram após o registro de um caso em Campinas, quando uma vítima perdeu R$ 50 mil ao acreditar em supostos representantes jurídicos. Com a quebra de sigilo bancário autorizada pela Justiça, os policiais identificaram as contas usadas para receber e redistribuir os valores. A análise financeira revelou movimentações intensas: um dos alvos chegou a transitar R$ 200 mil em apenas dois meses, indicando que o esquema estava em operação havia mais tempo e se estendia por outros municípios.

Foram expedidos nove mandados de prisão temporária e dez de busca e apreensão. Até o fim da manhã, quatro pessoas tinham sido presas — dois homens e uma mulher, além de outro integrante cuja identidade não foi divulgada. O principal suspeito segue foragido, e equipes continuam na rua para localizá-lo.
A operação ganhou o nome Spes Vana, expressão em latim que significa “esperança vã”, numa referência direta à ilusão criada pelos criminosos. Ao usar dados de ações reais, os golpistas davam aparência de legitimidade às cobranças e levavam as vítimas a acreditar que só receberiam valores de precatórios, acordos ou indenizações se arcassem antes com supostos encargos tributários.
A Polícia Civil trabalha agora para identificar novas vítimas, mapear as rotas do dinheiro e entender como o grupo obtinha informações sigilosas dos processos. Investigadores afirmam que as quebras bancárias já revelaram indícios de outros crimes financeiros, que podem ser agregados ao inquérito.




