A executiva nacional do PR deve se reunir na segunda-feira para discutir a candidatura avulsa do deputado Sandro Mabel à presidência da Câmara. O parlamentar goiano corre risco de expulsão da legenda, já que o partido declarou apoio à candidatura do petista Marco Maia, atual presidente da Casa. Mesmo assim, Sandro Mabel decidiu deixar a liderança do PR, nesta semana, e iniciar a campanha junto aos demais parlamentares em busca de votos.
O novo líder do partido, deputado Lincoln Portela, explicou que, por enquanto, a iniciativa de Mabel não fere o Regimento Interno da Câmara, que permite as candidaturas avulsas, nem o estatuto do PR. No entanto, Portela avalia que a situação de Mabel pode se complicar se o partido decidir “fechar questão” em torno do apoio à candidatura de Marco Maia.
“Ele não fere o Regimento em sair candidato, mas contraria uma decisão do partido, o que, de fato, incomoda o partido. O estatuto não é ferido porque, até o momento, o partido não fechou questão com a candidatura do deputado Marco Maia. O partido declarou apoio (a Maia), mas fechamento de questão, não. Fechamento de questão é uma questão estatutária. A partir do momento em que o partido estabelecer fechamento de questão, aí, então, pode haver uma briga jurídica. Tudo pode acontecer nessa reunião. Depende do desdobramento dessa reunião. Se for aventado o caso do Sandro, isso pode ser colocado em discussão, uma avaliação deve ser feita e posta em votação por ser um posicionamento do partido.”
Lincoln Portela é cauteloso na análise do caso, mas admite que existe a possibilidade de expulsão de Mabel, caso o deputado goiano insista na sua candidatura à presidência da Câmara.
“O partido não pode ter dois candidatos à presidência da Câmara. Ou é um candidato ou é outro candidato. O desdobramento e a consequência dessa possibilidade, por certo, pode desagradar a muitas pessoas do partido e alguém pode até pedir isso (expulsão). Isso pode até acontecer, mas a avaliação sobre isso deverá ser tomada após ocorrer o fato.”
O deputado Sandro Mabel não acredita na hipótese de expulsão do partido. Quando deixou a liderança do PR, Mabel negou divergências com o ex-presidente da legenda Valdemar Costa Neto e garantiu que sua decisão foi entendida dentro da legenda.
“Tem gente no meu partido que vai votar no Marco Maia e há gente no meu partido que certamente deverá votar em mim. A minha vontade não pode ficar sufocada porque o partido não quer, não pode ou tem uma participação no governo. É uma questão que está discutindo a relação Executivo-Legislativo. Essa independência é que me leva a disputar a eleição. Não podemos fazer uma eleição de candidato único que não tem um compromisso só com o Parlamento. Eu não estou em disputa com o Valdemar. Eu pedi licença ao Valdemar, expliquei a minha posição, ele explicou a dele, eu soube entender a posição dele e ele soube entender a minha posição também e disse: ´não concordo, mas respeito.”
Na próxima reunião da executiva nacional, além do caso Mabel, o PR também deve confirmar a indicação do deputado Inocêncio Oliveira, de Pernambuco, para ocupar a 3ª secretaria na Mesa Diretora da Câmara e eleger o líder da bancada na Casa. Os cotados para o cargo são os deputados Lincoln Portela, Luciano Castro, Milton Monti, Maurício Trindade e Wellington Fagundes.