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domingo, novembro 10, 2024

Lula participa de ato em São Paulo, no dia do Trabalhador

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“Por um Brasil mais justo” é o tema do Ato Nacional Unificado em Comemoração ao 1º de Maio, realizado hoje, Dia do Trabalhador e da Trabalhadora, por centrais sindicais, em São Paulo. Convidado do evento, o presidente Lula enumerou as várias conquistas trabalhistas dos últimos 15 meses, como a criação de 2,2 milhões de empregos com carteira assinada, e disse ter voltado à presidência “para provar para a elite desse país que outra vez o metalúrgico vai consertar o país que eles quase estragaram”.

Acompanhado do vice-presidente Geraldo Alckmin, do ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, e de outros ministros do governo, Lula também sancionou a lei que altera a tabela progressiva mensal do Imposto de Renda, para isentar quem ganha até dois salários mínimos (R$ 2.824). Ele reafirmou o compromisso de, até 2026, estender essa isenção a quem recebe até cinco salários mínimos.  

A lei sancionada resulta de projeto de lei de autoria do líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE). O texto foi relatado pelo deputado federal Alencar Santana (PT-SP), vice-líder do governo na Câmara, e pelo senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), líder do governo no Congresso. 

Lula também assinou o Decreto de Promulgação da Convenção e Recomendação sobre o Trabalho Decente para as Trabalhadoras e os Trabalhadores Domésticos.

Mobilização

Pelo sexto ano consecutivo, as centrais CUT, Força Sindical, UGT, CTB, NCST, CSB Intersindical Central da Classe Trabalhadora e Pública realizam, de forma unificada, o ato político do 1º de Maio. Neste ano, com milhares de participantes, o evento acontece no estacionamento oeste da Neo Química Arena, estádio do Corinthians, na zona leste da capital paulista.

“É muito gratificante para um presidente da República poder, no dia 1º de maio, participar de um marco, olhar na cara de cada trabalhador, de cada trabalhadora, de cada aposentado, de cada aposentada, de cada adolescente e poder dizer para vocês: esse país vai tratar com muito respeito os 203 milhões de homens e mulheres que moram nesse país”, afirmou Lula.

Entre outros avanços que se refletem no dia a dia dos trabalhadores, Lula citou a retomada do ganho real do salário mínimo, a queda da inflação, o lançamento do Acredita, programa de crédito e renegociação de dívidas para MEIs (microempreendedores individuais), microempresas e empresas de pequeno porte; a multiplicação de investimentos no país, como os R$ 130 bilhões anunciados pelo setor automotivo; e o Pé-de-Meia, que concede uma poupança de até R$ 9 mil para estudantes do ensino médio da rede pública com o objetivo de reduzir a evasão escolar.

Tarifa zero para a cesta básica

Outro destaque citado por Lula é a reforma tributária, que busca reverter uma realidade brasileira em que o rico, proporcionalmente, paga menos impostos. “A gente vai despenalizar a pessoa de classe média que paga muito e fazer que o muito rico pague o imposto de renda nesse país, porque só o pobre que paga. Nessa proposta de imposto de renda, todo o alimento da cesta básica será desonerado e não terá imposto de renda sobre a comida do povo trabalhador desse país”, afirmou.

Lula disse ainda que os vários avanços verificados em apenas 15 meses sinalizam que muitas outras conquistas ainda estão por vir. “Ainda faltam dois anos e meio [para o fim do mandato]. Se em um ano e meio a gente já fez o que a gente fez, pode ficar certo que, no dia primeiro de maio do ano que vem, eu voltarei aqui para anunciar mais conquistas do povo trabalhador, para os aposentados, as mulheres e, sobretudo, os pequenos e médios empreendedores”, disse o presidente,

“Porque quem quiser ser empreendedor, quem quiser trabalhar por conta própria, quem quiser fazer um negócio, vai ter apoio do governo e vai ter crédito a juros baratos, para que todas as pessoas possam crescer na vida”, prosseguiu.

Desoneração

Outro tema abordado por Lula foi o seu veto ao projeto que prorroga a desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia e das prefeituras. Ele criticou o fato de as empresas beneficiadas nunca terem dado qualquer tipo de contrapartida ao país.

“A gente faz desoneração quando o povo pobre ganha, quando o trabalhador ganha, mas fazer desoneração sem que eles sequer se comprometam a gerar emprego, sem que eles sequer se comprometam em dar garantia para quem está trabalhando? Eu quero dizer que no nosso país não haverá mais desoneração para favorecer os mais ricos, e sim para favorecer aqueles que trabalham e que vivem de salário”, disse.

Resistência global

O ministro Luiz Marinho afirmou que “hoje é um dia de luta, um dia de resistência global, onde a classe trabalhadora resiste bravamente aos ataques ferozes do atraso, do preconceito, do ódio, da raiva”.

“Nós temos todos motivos para lutar, mas, hoje, em particular no Brasil, como diz o nosso querido presidente Lula, nós temos também motivos para festejar”, disse, sobre as melhorias conquistadas no mercado de trabalho.

Entre elas, Marinho citou o aumento de 6,6%, em um ano, da massa de rendimentos dos trabalhadores, que chegou a R$ 308,3 bilhões, um novo recorde da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), iniciada em 2012

O ministro também criticou as declarações do presidente do Banco Central, o bolsonarista Roberto Campos Neto, sobre um suposto risco de o aumento dos empregos provocar o crescimento da inflação, uma visão compartilhada por analistas do mercado e pela mídia corporativa.

“Nós precisamos combater essa visão equivocada e enviesada. Nós precisamos de mais trabalho. Nós precisamos de mais empregos. Nós precisamos de mais salários. Nós precisamos de mais participação no resultado. Nós precisamos respeitar o ambiente do mercado de trabalho para as mulheres, para os homens, para a juventude. Nós precisamos de um conceito de trabalho decente”, afirmou.

O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT, Sérgio Nobre, ressaltou que a unidade entre as centrais sindicais foi fundamental para o retorno de Lula à presidência e “para o caminho que nós temos pela frente de recuperação dos nossos direitos”.

Miguel Torres, presidente da Força Sindical, disse que “com a eleição do presidente Lula nós conseguimos avançar nos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras, conseguimos colocar a economia em ordem no trilho do desenvolvimento, do crescimento, das melhorias sociais desse país”.

Por outro lado, ele observou ser urgente uma maior presença de representantes dos trabalhadores na política.

“Ainda temos que melhorar muito. Mas para melhorar mais, precisamos entrar na política. Precisamos participar ativamente da política nacional. Esse ano temos eleições municipais, e as eleições municipais também fazem parte desse desenvolvimento”, disse, sublinhando que esse movimento também deve ser voltado a uma maior representação no Congresso Nacional.

Da Redação

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