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segunda-feira, novembro 17, 2025
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Ministro lidera missão que expandirá relações com a Índia

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O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, viaja nesta sexta-feira (25) à Índia com a missão de estreitar as relações entre o Brasil e aquele país nas áreas de saúde e negócios. Temporão lidera uma comitiva formada pelo alto escalão de órgãos públicos – entre eles, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) – e por representantes da indústria farmacêutica para a articulação, com autoridades indianas, de possíveis cooperações e parcerias, especialmente no setor de medicamentos. Também pretendem trocar conhecimentos e experiências relativas à regulação sanitária.

A Índia é um importante produtor mundial na área farmacêutica e seus produtos representam 9,8% do mercado de genéricos brasileiro. Na pauta exportadora, cerca de 8% das vendas indianas têm o Brasil como destino. A Anvisa promove freqüentes inspeções nos laboratórios indianos, especialmente naqueles que produzem genéricos. O viés comercial do encontro é uma iniciativa inédita de um ministro da saúde brasileiro.

“Desde o ano passado, o governo federal vem tratando a saúde como um importante setor para o desenvolvimento do país e para a redução de áreas de vulnerabilidade. Queremos, portanto, ‘vender’ o que o Brasil tem de competitivo, como equipamentos odontológicos, e estabelecer negociações para atrair empresas indianas”, afirmou Temporão.

Para o ministro, o mercado brasileiro está pronto para atrair novos investimentos por uma série de fatores, entre eles: sua capacidade reguladora, gerenciada pela ANVISA ( Agência Nacional de Vigilância Sanitária); potencial do setor, que movimenta 8% do PIB (R$ 160 bilhões) e emprega 9 milhões de pessoas; capacidade de financiamento, por meio do BNDES que tem uma carteira de R$ 3 bilhões disponíveis para a indústria farmacêutica; e políticas lançadas entre 2007 e o início deste ano, que tratam da Inovação e Pesquisa, da Política Industrial e da Saúde, esta última lançada pelo ministério, que possui um capítulo especial para o complexo produtivo.

A MISSÃO – A missão é um desdobramento da última viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Nova Delhi, em junho do ano passado. Na ocasião, Lula comprometeu-se com o primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, que orientaria o ministro da saúde brasileiro a liderar uma delegação que buscasse o aprofundamento das relações comerciais e sanitárias entre os dois países.

Além da aproximação dos setores empresariais – para o incentivo à associação de empresas brasileiras às indianas (joint ventures), por exemplo – a missão irá discutir possíveis transferências de tecnologias para a produção de medicamentos e equipamentos como também medidas de expansão do mercado brasileiro de exportações.

“No campo de desenvolvimento tecnológico, o Brasil tem experiência em pesquisa, mas é menos eficiente em relação aos indianos em transformar isso em produção industrial, em larga escala. Podemos unir o que os países têm de melhor”, afirmou Temporão. Segundo o ministro, iniciativas podem ser aproveitadas para o enfrentar doenças como a dengue, malária e tuberculose.

Especialistas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) terão encontros com técnicos indianos com o objetivo de afinar o entendimento sobre normas e procedimentos sanitários, possibilitando cooperações e o intercâmbio de informações nesta área.

REPRESENTATIVIDADE – A missão à Índia, liderada pelo ministro José Gomes Temporão, será integrada por cinco entidades ligadas à indústria farmacêutica que representam mais de 300 empresas nacionais. Atualmente, o mercado farmacêutico movimenta R$ 28 bilhões ano, apresentando altas taxas de crescimento anual e situando-se entre os 10 maiores do mundo. Para o setor de produtos médicos no Brasil, o faturamento é de cerca de R$ 8 bilhões por ano, com predominância de empresas de pequeno e médio porte.

As entidades que integram a missão à Índia são as seguintes:

· Interfarma – Associação da Indústria Brasileira de Pesquisa, que reúne 30 laboratórios que representam 54% do mercado brasileiro de medicamentos.

· Febrafarma – Federação Brasileira da Indústria Farmacêutica, que reúne 15 entidades do setor: Abimip, Abrasp, Alanac, Interfarma, Pró Genéricos, Sindifar, Sindquímica, Sindusfarma, Sindusfarq, Sinfacope, Sinfar, Sinqfar, Sindifargo, Sinquifar-NP e Sinqfesc. Elas agrupam 267 fabricantes de medicamentos de capital nacional e estrangeiro em operação no Brasil.

· Alanac – Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Nacionais, que integra a Associação Latinoamericana de Indústrias Farmacêuticas e tem assento na OMS e Opas.

· Abifina – Associação Brasileira da Indústria Química Fina, Biotecnologia e suas Especialidades.

· Pró-Genéricos – Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos, que foi criada em 1999 e reúne as principais empresas que produzem e comercializam genéricos no país.

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