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domingo, setembro 14, 2025
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Como anda o mercado dos combustíveis

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Consumidores reclamam dos preços e postos alegam estar com o valor congelado

A divergência de preços nos combustíveis entre os distritos e Campinas tem criado polêmica entre os consumidores da região.
Segundo o que apuramos em nossa reportagem, isso ocorre no Brasil, porque os preços dos combustíveis, não são reajustados de acordo com a oscilação da cotação de petróleo no mundo. No caso da gasolina, do diesel e do gás de cozinha, a Petrobrás opta por fazer reajustes apenas a médio e longo prazo, evitando a mudança de preços muito recorrentes.
O consumo de álcool aumentou quatro vezes nas bombas de combustíveis. O motivo se dá pelo avanço da introdução de carros equipados com motores flex, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA). Em 2008 esse tipo de veículo respondeu por 70% da produção ou 2,25 milhões de carros.
O baixo nível do produto nos dois últimos anos foi repassado ao consumidor, porém de forma desigual. Os preços pagos pelo mercado mostram que a margem da revenda oscilou para baixo ao longo de 2008. No começo do ano, os postos ficavam com apenas R$0,29 dos R$1,496 cobrado do consumidor. Ao final do ano, este valor estava em R$0,256. No caso das distribuidoras, o preço médio praticado no começo do ano era de R$1,237 e em dezembro ficou em R$1,257. O valor necessário para pagar os impostos e dar retorno ao capital das distribuidoras, a margem bruta, subiu de R$0,485 em média de 2007 para 2008 o valor ficou em R$0,519. Contudo, é necessário considerar que houve um pequeno aumento da arrecadação tributária do álcool em 2008 sobre o total faturado, passando de 24% para 26%.

“Campinas sempre teve equilíbrio no combustível. As distribuidoras determinam os preços e privilegiam os grandes revendedores, precisam vender bastante por causa do volume e por isso abaixam os preços. Nossas vendas são feitas 60% no cartão de crédito, 3% dessa venda fica para as operadoras de cartões, 1/3 do lucro vai embora. O mercado perdeu o equilíbrio. Sousas oferece qualidade e atendimento, essa é a realidade do mercado”, diz Amauri Flávio Gallerani – proprietário do Posto Café Brasil e diretor da RECAP (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Campinas e Região).

“Não creio que existe resposta e justificativa para que os postos de Sousas tenham preços mais altos nos combustíveis do que Campinas. Para economizar no orçamento mensal abasteço fora de Sousas, já há algum tempo, economizo por volta de R$110,00 mensais. Consumo aproximadamente 700 litros de combustível por mês. Desejo ressaltar, que os postos de combustíveis de Sousas são todos de qualidade, principalmente o atendimento dos frentistas, sempre nos atende com muito respeito e carinho. A questão é que se nossos empresários do ramo abaixassem o preço por litro, a maioria dos donos de veículos de Sousas, abasteceria por aqui, e compensaria a queda do lucro por litro e, todos sairiam ganhando, sem falar em contratação de mais funcionários. Isto creio eu, não seja impossível”, afirma Tarcisio Rabelo – consumidor.
O Posto Shell Sousas, apresentou ao Jornal Local a nota fiscal de compra do álcool, do dia 1 de junho, cujo preço de custo pago na nota, foi de R$ 0,8864 por litro. Observamos que diversos postos na cidade de Campinas, inclusive da mesma distribuidora, estavam vendendo o mesmo produto para o consumidor final, no valor de R$ 0,899 o litro.
O revendedor do Posto Shell de Sousas declara: “Não tem justificativa para o que está acontecendo na cidade de Campinas, visto que, com margem de aproximadamente R$ 0,02 por litro, fica impossível trabalhar. O custo operacional de um posto médio é de aproximadamente R$ 0,22 o litro”. Conclui o revendedor.
As fraudes no mercado de combustíveis contribuem para a redução de preços. A comercialização de gasolina C com excesso de álcool anidro, que representa quase metade (48% das não conformidades) as distorções no mercado do álcool (como as irregularidades fiscais e a venda do álcool hidratado com excesso de água) também colaboram para o crescimento sutil do volume de gasolina. “Hoje nós temos empresários que são sérios, que dão qualidade a um preço justo. Não temos como vender menos que isso, senão o posto quebra. O custo do posto é muito alto. Sugiro que abasteçam em Sousas e depois abasteçam em Campinas e veja o desempenho e consumo de combustível do seu carro”, afirma Alexandre F. Lopes – proprietário do Posto Mingato.

Como conseqüência, o consumidor que busca preço baixo, opta pelo álcool ao invés da gasolina. E o excesso de anidro (que, não por acaso, obteve alta de 7,7% de participação) substitui parte da gasolina A que poderia estar sendo comercializada. “Sempre abasteci aqui, o atendimento é muito bom, mas a diferença com os postos de Campinas está R$0,20. Atualmente, um tanque de 40 litros à R$0,20 de diferença é significativo. Gostaria de prestigiar o comércio em Sousas, mas eles não estão correspondendo, não respeitando o consumidor do local. Tenho uma vida em Campinas, aproveito então para abastecer e, coloco R$20 ou R$30 reais aqui e completo o tanque abastecendo em outro posto”, diz Regina – consumidora.

Os fraudadores dificultam o trabalho dos fiscais. Existem amostras de gasolina, cuja análise revela se um produto está totalmente em conformidade com as especificações definidas pela ANP (Agencia Nacional de Petróleo), mas que na verdade, são fórmulas fabricadas a semelhança do combustível, que utilizam em sua composição solventes e outros produtos com menor carga tributaria. Por isso, problemas com destilação e octanagem da gasolina aparecem como não-conformidadas de menor incidência dentre as irregularidades encontradas.

Segundo a assessoria da RECAP (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Campinas e Região), as distribuidoras não praticam os mesmos preços para todos os postos, existe uma legislação de comércio e não de combustível. As distribuidoras praticam preços diferenciados quando o público de determinado lugar tem um padrão de vida mais elevado. O sindicato não faz acompanhamento de preço e por isso muitas distribuidoras não estão praticando o preço certo, sendo que em Campinas há variações por região, os donos dos postos praticam o preço que quiserem.

Caroline Nunes

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