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sexta-feira, novembro 22, 2024

Made in pequena empresa

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Não basta querer fazer, é preciso saber fazer. A frase resume bem uma das principais dúvidas dos pequenos e microempresários que querem exportar seus produtos e não conseguem realizar seus projetos devido à falta de preparo para enfrentar e conquistar o mercado externo.
A busca por novos horizontes comerciais, ainda mais em terras estrangeiras, representa uma importante e grande empreitada. Mais do que vontade e aporte financeiro, é necessário conhecer a logística necessária para o escoamento seguro, ágil e lucrativo da produção.
Romper as barreiras burocráticas da exportação é o objeto de desejo de toda empresa que deseja expandir seu negócio. No caso dos pequenos e microempresários, isso significa a oportunidade para que se dê um salto de qualidade, tentando superar, em determinados nichos econômicos, a falta de perspectivas existente hoje no mercado nacional, podendo configurar, inclusive, um diferencial capaz de assegurar o êxito do empreendimento.
É bom salientar que o êxito da exportação não depende apenas do empresariado. Ao governo, em todas as esferas, cabe o papel de auxiliar, na esfera administrativa, os empreendedores que queiram escoar sua produção para o exterior. O sucesso dessa ação se reverterá na conquista de benefícios diretos e indiretos para a sociedade como, por exemplo, a criação de novos postos de trabalho. O mesmo raciocínio vale para as entidades representativas de classe, como as associações comerciais locais, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP), a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) e a Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp).
Agora em março será dado um importante passo para superar as dificuldades de quem deseja exportar. Em seminário organizado pelo Ministério do Desenvolvimento,Indústria e Comércio Exterior, os pequenos e médios empresários da região do Alto Tietê e do eixo paulista da rodovia Fernão Dias, formado por 18 municípios (Guarulhos, Arujá, Atibaia, Biritiba-Mirim, Bom Jesus dos Perdões, Bragança Paulista, Ferraz de Vasconcelos, Itaquaquecetuba, Joanópolis, Mairiporã, Mogi das Cruzes, Nazaré Paulista, Piracaia, Poá, Salesópolis, Santa Isabel, Suzano e Vargem), terão a oportunidade de aprender a como conquistar o mercado internacional.
Realizado na cidade do Guarulhos, o 104º Encontro de Comércio Exterior (Encomex) vai esclarecer todas as dúvidas dos empresários relacionadas à atividade. A escolha do local merece uma explicação à parte. Juntos, os municípios da região respondem por um volume de exportação superior a US$ 3 bilhões anuais. Com mais de 4 milhões de habitantes, o que significa 11% da população do estado de São Paulo, as 17 cidades contam com 500 empresas exportadoras e respondem por um Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 43 bilhões e pela geração de mais de 500 mil empregos formais.
A região possui, ainda, importantes cadeias produtivas como a automotiva (com alto grau de especialização, inclusive na exportação de produtos de elevado valor agregado), o complexo químico-farmacêutico (é o principal pólo nacional), o setor têxtil e de vestuário (terceiro pólo no país), o segmento gráfico e papeleiro e o de hortifrutis (quatro cidades respondem por 80% da produção da Grande São Paulo).
Os municípios apresentam também um grande potencial para o turismo de negócios, o rural e o ecoturismo e se constituem em um dos principais pólos logísticos da América Latina, devido à localização estratégica. Ficam no eixo de ligação dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, têm o Aeroporto Internacional de Cumbica e estão próximos aos portos de Santos e São Sebastião, além de contarem com portos-secos.
Portanto, motivos é que não vão faltam para os micro e pequenos empresários da região insistirem na busca de alternativas para escoar sua produção para o mercado internacional. Assim, cabe a todos agentes — empreendedores, governos, associações comerciais e demais entidades de classe — atuarem juntos para que, de fato, os entraves burocráticos da exportação sejam devidamente superados.

Antonio Carlos de Almeida
O autor é empresário e secretário de Desenvolvimento Econômico de Guarulhos.

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