Mesmo diante do estigma de que o brasileiro não gosta de ler, a Editora encontrou a fórmula certa para gerar vendas arrasadoras.
O sucesso da literatura de banca é um fenômeno pouco conhecido.
Segundo profissionais da Editora Nova Cultural, o brasileiro tem sim o hábito de ler, ao contrário do que se diz e pensa. O grande empecilho para alavancar as vendas de livros no país é o preço. A comercialização em bancas de jornal faz com que a editora consiga baixar o custo da produção e assim, oferecer suas obras por um valor acessível.
Para a editora, que atende aproximadamente 30 mil pontos de vendas no Brasil, a tiragem é alta, o que acaba favorecendo o custo de produção dos livros. Essa é, aliás, a grande diferença com relação aos livros de livrarias, que possuem números de tiragens bem menores e encarecem o produto final.
Um bom exemplo dos excelentes resultados obtidos na comercialização de livros em bancas são os pequenos romances “Julia”, “Sabrina” e “Bianca”, feitos em papel-jornal e vendidos desde meados dos anos 70. Atualmente, a Editora Nova Cultural imprime, aproximadamente, 300 mil deles por mês – com preços entre R$ 5,90 e R$ 12 – e vende cerca de dois milhões de exemplares por ano.
Mas afinal, quem compra a série Sabrina e suas similares?
O público é 99% feminino e a faixa etária varia dos 19 aos 40 anos.
Atualmente, muitas editoras começaram a analisar o mercado de banca com outros olhos. A intenção é sair do modelo de baixas tiragens com altos preços e assim atingir públicos de menor poder aquisitivo. Livros no formato pocket, por exemplo, estão ganhando força no Brasil e chegam às bancas com preços bem acessíveis.
Pontos alternativos de vendas como supermercados, porta em porta e a publicação terceirizada – contratada por empresas – também estão se mostrando um canal rentável.