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quinta-feira, novembro 21, 2024

Como os vinhos importados chegam até sua casa?

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Os vinhos mais importados pelos brasileiros vêm dos parceiros na América do Sul, liderados pelo Chile e pela Argentina: em 2019, mais da metade dos vinhos que cruzaram as fronteiras do Brasil vieram destes dois países

A pandemia abalou muitos setores da economia, mas também trouxe um saldo positivo para alguns segmentos. É o caso da venda e importação de vinhos que, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, praticamente dobrou entre abril e agosto deste ano (de US$ 21,2 milhões para US$ 40,4 milhões).

Na comparação entre os primeiros trimestres de 2019 e 2020, o consumo de vinho nas casas brasileiras cresceu 10,9%, revela um levantamento da Ideal Consulting – empresa especializada em pesquisa de mercado.

O aumento nas importações é liderado por atacadistas e empresas de vendas online. “Devido às altas exigências legais e de qualidade, os atacadistas especializados em vinhos são as empresas que mais importam, distribuindo para supermercados e adegas que atuam no varejo e atendem o consumidor final.

Já as empresas que atuam por e-commerce de vinhos já figuram entre os maiores importadores de vinhos do Brasil, e têm ganhado ainda mais espaço dentro do período de isolamento social”, afirma Paulo Henrique Glislere, supervisor de operações de importação e especialista em importação de bebidas do Grupo Pinho, um dos líderes brasileiros na gestão de logística internacional.

Chilenos e argentinos

Os vinhos mais importados pelos brasileiros vêm dos parceiros na América do Sul, liderados pelo Chile e pela Argentina: em 2019, mais da metade dos vinhos que cruzaram as fronteiras do Brasil vieram destes dois países. Na sequência, estão Portugal, França, Itália e Espanha, totalizando mais 40% do total de vinhos importados no ano. 

“Praticamente todos os vinhos (98%) são transportados por navios, ou por carretas através das fronteiras. Nos últimos cinco anos, os principais pontos de entrada foram o Porto de Santos, em São Paulo, e a região de Uruguaiana, no Rio Grande do Sul”, ressalta. 

Exigências legais

Devido ao consumo humano, o que envolve diretamente a saúde e a segurança do consumidor brasileiro, as exigências de qualidade para importação de vinhos são altas.

“O produto precisa passar por análise no país de origem, e sua comercialização só é autorizada depois de nova análise e certificação no Brasil, por laboratório credenciado e autorizado pelo Ministério da Agricultura. A comercialização ocorre apenas se forem atendidos todos os requisitos e parâmetros de qualidade, bem como sua rotulagem de acordo com as normas nacionais”, explica Glislere. 

Além disso, existem variáveis envolvidas na classificação usada pela importação e comércio de vinhos no Brasil e no mundo, como o tipo da uva, o teor de açúcar e a cor. “O tipo do vinho varia principalmente pela graduação alcoólica, matérias primas e espécie de uva utilizada, além das variações no processo de produção da bebida. Os vinhos também são classificados por sua cor e pelo teor de açúcar, sendo eles branco, rosé e tinto; seco, demi-seco e suave.” 

As operações de importação de vinhos são bastante complexas tanto pelos aspectos burocráticos quando no que diz respeito à tributação, o que tem aumentado também a demanda pelos serviços das empresas especializadas em gestão logística e aduaneira.

A Academia Pinho, braço educacional do Grupo Pinho, lança nas próximas semanas um curso online sobre o assunto para que profissionais das importadoras de vinho possam comprar e receber com mais segurança o produto que vão entregar aos consumidores. 

Gráfico sobre o valor total de vinhos importados mostra o crescimento dos registros entre abril e julho de 2020. Fonte: Logcomex

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