Representantes de entidades ligadas às artes e à cultura da cidade, além de órgãos de preservação do patrimônio histórico, entregaram na manhã desta quinta-feira (14/03) ao presidente da Câmara Municipal, Campos Filho (DEM) um pedido de revogação da lei que alterou o nome da Praça XV de Novembro, no Cambuí, para Praça Geraldo César Bassoli Cezare. Além do pedido – formalizado num ofício – o grupo disse que um abaixo-assinado contra a mudança do nome está sendo elaborado por lideranças comunitárias e já contaria com pelo menos 500 adesões.
“Não queremos desmerecer a figura do homenageado, mas as entidades entendem que a preservação da história de Campinas deve ser garantida. A denominação foi feita há mais de 124 anos. Está repleta de referências históricas e isso não pode ser apagado”, ponderou o presidente do Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Campinas, o advogado Jorge Alves de Lima.
No documento entregue a Campos Filho, as entidades, lembraram que a primeira denominação foi feita pela Câmara no dia 25 de novembro de 1889, ou seja, apenas 10 dias depois da Proclamação de República.
O presidente da Academia Campinense de Letras, Agostinho Toffoli Tavolaro lembrou que o Largo Santa Cruz, onde está a praça, abriga ainda, um monumento em pedra que marca a passagem por Campinas da Coluna Drago. Em 1865, cerca de 1.700 soldados brasileiros que partiram de Santos em longo e cansativo deslocamento para a Guerra do Paraguai.
Além disso, lembrou que a praça também foi conhecida como Largo da Forca – por ter sido palco da primeira morte de um escravo, em público.
Segundo Lima e Tavolaro, o documento recebeu apoio de diversas outras entidades, entre elas, da Associação Campineira de Letras e Artes das Forças Armadas, Associação Campineira de Imprensa (ACI) e Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas (Condepacc).
O grupo sugere o resgate da lei municipal nº 14.250 de 27 de abril de 2012, que denomina Geraldo Bassoli uma praça localizada no loteamento Swiss Park Residencial.
CAMPOS – O presidente da Câmara disse que vai iniciar o processo para a revogação da lei. Disse ainda que vai recomendar à Comissão de Honrarias da Casa que processos de denominação de logradouros em áreas ou espaços tombados, sejam submetidos à apreciação do Condepacc.
“Se for o caso, poderemos até sugerir uma mudança no regimento interno para garantir que entidades especializadas como o Condepacc, por exemplo, possam atuar como órgãos consultivos”, disse ele. “O que pretendemos é construir mecanismos para evitar que episódios como este venham se repetir”, acrescentou o presidente.
Campos prometeu empenhar-se na busca de outro espaço que possa receber o nome de Bassoli.