A loja de motos Harley Davidson fechou trecho de rua de terminal em Sousas para fazer estacionamento de evento no último sábado (24). Os moradores do distrito ficaram indignados com a medida, pois tiveram que pegar ônibus no sol o dia todo, já que a Estação de Transferência de Sousas fica na via que foi fechada, a Rua Antônio Prado, paralela à Avenida Antônio Carlos Couto de Barros, onde aconteceu o evento, o Tenenssee Harley Fest.
“É um absurdo. Da outra vez fecharam a avenida, agora fecharam o ponto. E quem precisa pegar ônibus? Acham que mandam”, critica comerciante que não quis se identificar. “Usaram um espaço público para um evento particular e mexeram no trânsito de Sousas e no cotidiano dos moradores”. O evento aconteceu das 9 horas às 16 horas.
Não é a primeira vez que evento da Harley Davidson causa conflitos na entrada de Sousas. Localizada em local estratégico por conta da Rodovia Dom Pedro, a loja de motos foi alvo de reclamações no ano passado, quando fechou a Avenida Antônio Carlos Couto de Barros para a festa. Os moradores se sentiram prejudicados novamente.
“A Harley quer fazer o evento dela, que alugue um espaço. Tive que parar o carro lá em frente ao supermercado para ir à farmácia porque não tinha onde estacionar. E quem toma o ônibus? Tem que esperar no sol, é um absurdo. Não sou contra, mas tem que ter um local adequado”, destaca Rita de Cássio, que mora no Imperial Parque.
Cláudia Pedroso, que mora na Cohab, reclamou dos transtornos causados e citou o direito de ir e vir de quem vive no distrito de Sousas. “O pessoal está esperando o ônibus embaixo da árvore, tem gente que não tem condições de ir até ali. Ficar no sol para dar espaço para moto estacionar? Cadê os nossos direitos? Não tem lógica, é um absurdo”, frisa.
Organizadores e Prefeitura defendem evento e fechamento de via
Com a presença de 14 agentes da Emdec (Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas) contratados particularmente para o evento, o Tenenssee Harley Fest reuniu cerca de 600 pessoas, segundo a organização. O gerente da loja, Neto Matos, afirma que todas as exigências da Prefeitura de Campinas foram atendidas.
“Pedimos intervenção deles por questões de segurança, para todos estacionarem. O fechamento da rua de trás foi planejamento da Emdec, pois não podia fechar nem a avenida nem a quadra. Contratamos particularmente agentes para orientar a população. Sabemos que o ponto de ônibus foi colocado do outro lado e gerou confusão”.
O gerente negou que o fechamento da rua tenha desagradado os moradores. “Não ouvimos reclamações. Fizemos o evento junto com vários comerciantes, é bom para todo o distrito, gera economia na região. Agora só porque dois três não gostaram vão criticar. Fecham as ruas para protestos, porque não podemos fechar para nosso evento?”.
A Emdec disse que apoiou o evento operacionalmente depois de pedido da organização. Declarou ainda que o bloqueio da via foi feito para garantir a segurança dos pedestres e motoristas. A empresa disse que a Antônio Prado tem baixo fluxo veicular, e que o bloqueio resguardou a circulação. Não foi registrado acidente nem lentidão no dia.