Campinas e cidades do entorno recebem nos dias 2 e 3 de dezembro atividades culturais como parte da programação da Jornada do Patrimônio do Estado de São Paulo. O evento, que está de volta após a pandemia, é uma iniciativa do Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, em colaboração com o Condephaat – Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo, com gestão e produção da Associação Paulista dos Amigos da Arte, e acontece nos dias 1,2 e 3 de dezembro, em 40 municípios do estado.
Além de Campinas, receberão as intervenções artísticas os municípios de Amparo,
Espírito Santo do Pinhal, Itatiba, Jundiaí, Mogi Mirim e Piracicaba.
Em Campinas
Já em Campinas, no dia 2 de dezembro, às 10h, o Samba de Bumbo se apresenta Estação Cultura (antiga Estação da Companhia Paulista). A história da Estação Cultura remete ao século XIX, quandoa cidade de Campinas se encontrava em franco desenvolvimento, em virtude do crescimento da produção cafeeira. Um dos problemas enfrentados para a exportação do produto era a morosidade do seu transporte precário, feito em lombo de burro. Para solucionar esta deficiência, decidiu-se instalar uma ferrovia que ligasse Campinas a Jundiaí, completando o percurso Santos–Jundiaí, da Estrada de Ferro São Paulo Railway. Em 1867, foi criada a Companhia Paulista de Estradas de Ferro para este fim. As obras de construção do trecho de 45 km da linha férrea iniciaram-se em 1870 e sua inauguração se deu em 1872. A Estação de Campinas foi construída em estilo gótico-vitoriano, seguindo os padrões arquitetônicos ingleses, do século XIX. Em 1884, havia sido concluído o seu corpo central, acrescido, até 1930, de duas alas laterais. Algumas reformas foram realizadas no prédio, como: instalação de cobertura no acesso principal, janelas de madeira substituídas por caixilhos de ferro e, na cobertura da plataforma, introdução de estrutura metálica.
O horário de visitação da Estação durante a Jornada será das 9h às 18h.
Samba de Bumbo
Conhecido também como Samba Campineiro ou Samba Grosso, surgiu na área rural na metade do século XIX e aos poucos migrou para as áreas urbanas, o que garantiu a sua continuidade em outros grupos e famílias detentoras desse saber imaterial. Este samba antigo foi e ainda é foco de resistência e fomento de preservação da cultura de matriz africana da região.
A Jornada do Patrimônio do Estado de SP
A Jornada do Patrimônio do Estado de São Paulo é gratuita e oferece uma experiência única, na qual o público é convidado a participar de atividades educativas, roteiros, oficinas, ações de grafite, contação de histórias, circo, dança e performances. Além disso, os participantes terão a oportunidade de explorar locais de grande importância turístico-cultural, promovendo assim a interação entre a comunidade e a rica história dos municípios. Muitas dessas atividades dialogam com a arquitetura dos edifícios, como apresentações nas janelas e que promovem intervenções em seus espaços.
“A Jornada Estadual do Patrimônio é um programa que valoriza os territórios, a cultura e a história dos municípios do nosso estado. As atividades, sejam culturais ou educativas, constroem pontes entre as comunidades e esses espaços, dando uma dimensão mais profunda de pertencimento. É de suma importância que as pessoas se apropriem daquilo que faz parte de sua história, sobretudo quando falamos daquilo que é público”, afirma Gláucio Franca, diretor geral da Associação Paulista dos Amigos da Arte.
“Memória e pertencimento são os pilares de qualquer sociedade e a Jornada Estadual do Patrimônio vem justamente para reforçar isso. As pessoas precisam conhecer e saber qual é a história que existe naquele prédio tombado, e, principalmente, ocupar esses espaços públicos sabendo que é delas também”, diz Marília Marton, Secretária da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo.
Nesta edição, a Jornada se estenderá não apenas pela capital, mas também por outros 39 municípios: Lorena, Guaratinguetá, São José do Rio Preto, Araçatuba, Tupã, São Luiz do Paraitinga, Descalvado, São Carlos, Jaú, Brodowski, São Simão, Batatais, Taubaté, Carapicuíba, Ubatuba, Santana de Parnaíba, São Roque, Amparo, Caçapava, Mogi Mirim, Cananéia, Piracicaba, São Sebastião, Registro, Mauá, Itanhaém, Jundiaí, Itatiba, Campinas, Ribeirão Preto, Iporanga, Areias, Ribeirão Pires, Santo André, Mogi das Cruzes, Bertioga, Salto, Espírito Santo do Pinhal e Piraju.
Sobre a Associação Paulista dos Amigos da Arte
A Associação Paulista dos Amigos da Arte é a maior Organização Social de Cultura em difusão no estado de São Paulo, responsável pela gestão e produção de programas como Revelando SP e Circuito CultSP, além de manter os equipamentos Teatro Sérgio Cardoso, Teatro Estadual de Araras e Mundo do Circo. A organização trabalha em parceria com o Governo do Estado de São Paulo e a iniciativa privada desde 2004.
Música, literatura, dança, teatro, circo e atividades de artes integradas fazem parte da atuação da APAA, que tem como principal objetivo a difusão da produção cultural por meio de festivais, programas continuados e da gestão de equipamentos culturais públicos. Em 19 anos de atuação, a organização desenvolveu mais de 70 mil ações que impactaram mais de 30 milhões de pessoas.