Os líderes do G20 – grupo das maiores economias do mundo – aprovaram, por aclamação, a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, nesta quarta-feira (24), uma das bandeiras mais importantes do Brasil na presidência rotativa do bloco. Responsável central pelo acordo político que viabilizou a iniciativa, o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias (PT-PI), esclareceu como foi estruturada a Aliança.
“A força-tarefa do G20 trabalhou com afinco nos últimos seis meses para construir uma proposta concreta, inovadora e potencialmente transformadora, focada em trazer apoio político, financeiro e de conhecimento para a implementação de políticas públicas de Estado voltadas aos mais pobres e vulneráveis”, pontuou Dias, que foi muito aplaudido ao ler o relatório que embasou a proposta brasileira.
O Brasil se dispôs a arcar com metade dos custos de manutenção da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. Ela terá estrutura operacional enxuta, com apenas dois endereços fixos: um no Brasil, o autor da proposta, e outro em Roma, sede da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).
Na adesão, os membros precisam apresentar a Declaração de Compromisso, que pode ser adaptada aos interesses e condições de cada novo integrante. Enquanto Brasil e Bangladesh foram os dois primeiros países a se comprometerem com a Aliança Global, o Banco Mundial e o Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird) manifestaram apoio formal a ela.
A iniciativa do Brasil aprovada pelo G20 está aberta a governos, organizações internacionais, instituições de conhecimento, fundos, bancos de desenvolvimento, instituições filantrópicas e também à iniciativa privada.
Agenda 2030
A meta da Aliança é reunir esforços para erradicar a fome e a pobreza até 2030, os dois primeiros Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) formalmente aceitos pelos países-membros da Organização das Nações Unidas (ONU). O diretor-geral da FAO, Qu Dongyu, elogiou a preocupação do Brasil, na presidência do G20, com a questão das desigualdades socioeconômicas.
“A Aliança Global vai ser chave para trazer o conhecimento e a especialização a outras partes do mundo. A Aliança levará implementação de políticas públicas a nível global para erradicar a fome e a pobreza”, exaltou. “O Brasil fez um progresso formidável.”
Assim como Dongyu, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, também lamentou o cenário da fome no mundo apresentado pela ONU em relatório divulgado na quarta. Na avaliação do chanceler brasileiro, a Aliança Global é um “projeto ambicioso” de resposta a esse quadro internacional.
“É particularmente verdadeiro para mulheres e meninas, povos indígenas, afrodescendentes, pessoas com deficiência, pessoas idosas, pessoas em situação de rua, refugiados, além de tantos outros. A Aliança Global é um projeto ambicioso que representa o compromisso brasileiro com o objetivo de erradicar de uma vez por todas a fome e a pobreza”, considerou.
Da Redação, com Agência Gov