Os jogadores desejavam muito a conquista do hexacampeonato e não foi por falta de ambição que o Brasil deixou a Copa do Mundo melancolicamente. Embora apáticos no vexame contra a Alemanha,não faltou vontade, mas faltou futebol.
Durante todo o Mundial a Seleção teve dificuldades para mostrar organização em campo. Enquanto teve condições físicas, Neymar carregou a equipe até onde conseguiu. No único jogo sem seu camisa 10, o Brasil desabou e levou a maior goleada da história de todas as Copas.
Felipão tentou, na coletiva após o final do jogo , convencer que o desempenho era semelhante ao da Copa das Confederações e acreditou que a equipe cresceria durante a competição. Para isso, no entanto, precisava treinar. Sobrou papo, psicologia e descanso. Faltou treino.
A Seleção estreou na Copa do Mundo com somente três coletivos e seis atividades táticas realizadas nos 17 dias de preparação na Granja Comary, além de dois amistosos contra Panamá e Sérvia.
Durante a Copa, o número de treinos caiu consideravelmente. Preocupado em preservar os titulares de qualquer tipo de desgaste ou lesão, Scolari optou por trabalhos mais leves e uma prioridade: descanso, descanso e mais descanso.
Em determinado momento, o treinador chegou a modificar a programação do Brasil para que ele e os jogadores pudessem assistir aos jogos da Copa do Mundo. Para isso, cortou um período de atividades, que passaram a ocorrer predominantemente pela manhã.
Um time competitivo, com jogadores na ponta dos cascos, e um craque genial como Neymar. A confiança era tão grande que o discurso sobre o favoritismo às vezes soava exagerado. Scolari tratava o hexa como obrigação. Parreira chegou a dizer que somente uma tragédia tiraria o título do Brasil. E tirou. Alemanha deitou e rolou em cima da Seleção Brasileira.
A realidade foi outra. Os laterais não funcionaram, Paulinho ficou muito aquém do jogador que foi em 2013, e Fred decepcionou, um dos piores jogadores dessa Copa. A comissão técnica não contava com as quedas de rendimento de alguns de seus principais jogadores. Os reservas não eram mais do que bons reservas. Não estava nos planos efetivá-los como titulares.
O time deixou o campo, aos choros e a torcida vaiou os jogadores em sua pior atuação. A Alemanha massacrou o Brasil fazendo 7 gols espetaculares.