As discussões em torno de uma eventual redução dos preços dos combustíveis levaram as ações da Petrobras a fecharem na segunda-feira, 4, em queda de 9%. A direção da empresa acredita que há espaço para baixar o preço da gasolina e do diesel, mas, para o mercado, qualquer mudança nesse sentido, às vésperas da votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff, soaria como mais uma ingerência do governo na empresa.
A ideia também foi rejeitada pelo conselho de administração da companhia, que criticou a falta de discussão do assunto dentro do colegiado. Para amenizar o tom das reclamações feitas pelos conselheiros, o presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, encaminhou a eles um e-mail afirmando que ainda não há uma decisão final sobre a redução dos preços e que não deve haver “qualquer tipo de politização do tema”.
“Estamos todos aqui, diretores e conselheiros, com o objetivo de atender única e exclusivamente os interesses da Petrobras”, escreveu Bendine em mensagem a qual o Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, teve acesso.
Mas a interpretação do mercado foi diferente. Em relatório, o BTG alertou os investidores que “o timing dessa decisão pode ser gravemente mal interpretado” em meio ao processo de impeachment de Dilma.