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sábado, setembro 21, 2024

Socorro: aventura para todos

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Leandro Barbosa, alguns segundos antes de descer a primeira tirolesa de 1000 metros de extensão, a 120 metros de altura.
Leandro Barbosa, alguns segundos antes de descer a primeira tirolesa de 1000 metros de extensão, a 120 metros de altura.

Existe um lugar com a capacidade de transformar sonhos em realidade. Este lugar fica na Serra da Mantiqueira, no município de Socorro, a 136 Km da cidade de São Paulo e 93 Km de Campinas. Lá é terra dos amantes do turismo de aventura: arvorismo, rapel, tirolesa, rafting e muito mais. Entre os praticantes estão centenas de pessoas com mobilidade reduzida e vários tipos de deficiências.

A família Cerqueira saiu da agitada capital paulista para se emocionar vendo a Isabela, filha do casal Fernando e Maria Antônia, se divertir descendo a tirolesa de 80m, fazendo passeios a cavalo e andando de trator no Hotel Fazenda Campo dos Sonhos. Até aí nada demais, não é? Só que você precisa saber que Isabela usa cadeira de rodas e tem quase todos os movimentos comprometidos. “A gente está fascinado porque podemos curtir um ambiente rural totalmente sem barreiras, todo adaptado para que a nossa filha possa curtir plenamente”, revela o pai, Fernando Cerqueira.  “E o interessante é que é excelente para quem tem deficiências e para que não tem também. É para todo mundo”, avalia a mãe, Maria Antônia.

Em cima de cada árvore, nas corredeiras do rio que corta a propriedade Campo dos Sonhos e Parque dos Sonhos, no alto das montanhas ou voando sobre nossas cabeças, exemplos parecidos estão sempre presentes. Leandro Barbosa (26), caiu de uma altura de oito metros e ficou paraplégico aos 18 anos de idade. Para muitos, ele não poderia nem sonhar com turismo de aventura, no entanto frequenta o Parque e se desloca com desenvoltura e autonomia por todos os lados, sentado em um quadriciclo articulado, com rodas com eixos independentes, especialmente projetado para terrenos acidentados.

“Aqui pessoas com deficiências podem fazer atividades que a gente nem imaginava ser possível. Conhecer o Parque mudou minha vida”, conta com entusiasmo.

José Fernandes, empresário, dono do Hotel Campos dos Sonhos e do Parque Campo dos Sonhos conta que o apoio do Ministério do Turismo foi fundamental para começar o projeto. “Tudo começou em 2005, quando a gente participou de uma palestra do Ministério do Turismo sobre acessibilidade. O Ministério propôs um estudo para tornar acessível atividades de turismo e nós nos candidatamos para ser voluntários”.

De acordo com Fernandes, o investimento em acessibilidade em um hotel deve provocar um aumento em torno de 5% em espaços como banheiros – porque é necessário instalar barras de apoio e outras adaptações – mas que também reduz muito no que diz respeito a mobiliário geral, uma vez que os apartamentos e chalés adaptados devem ter menos móveis e estes devem ser mais simples. Os armários das acomodações devem ser sem portas, para garantir o acesso direto e não podem haver muitos móveis que impeçam a passagem de cadeiras de rodas ou ofereçam riscos para pessoas com mobilidade reduzida ou deficiência visual. “A acessibilidade fez o fluxo de hóspedes aumentar em quase 50% em nosso hotel. A pessoa com deficiência ou mobilidade reduzida viaja com outras duas ou até cinco pessoas. O empresário que investir em acessibilidade vai conquistar espaço em um nicho de mercado muito promissor. Em 2015 nós recebemos aqui no hotel mais de 4.500 hóspedes com deficiências” revela.

OUTROS ATRATIVOS – A acessibilidade na cidade de Socorro não se restringe às áreas do hotel fazenda. Vários logradouros públicos são contemplados com cuidados. A parceria do município com o Ministério do Turismo fez com que os gestores públicos e empresários investissem em um destino turístico realmente para todos. O Ministério fez repasses da ordem de R$ 3 milhões para a administração local, o que levou o município de 40 mil habitantes a alcançar reconhecimento internacional, sendo agraciado com o prêmio Reina Sophia de turismo acessível na Espanha, em 2013.

“O desafio de se adaptar esta região de relevo acidentado para acessibilidade em turismo de aventura mostra que todos os destinos podem se adaptar. Depois do que se vê em Socorro, não há mais desculpas”, crava o Diretor de Turismo do município, Acácio Zavanella.

 

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