
Segundo os representantes do Departamento de Água e Energia Elétrica (DAEE), a empresa ainda não tem Plano de Segurança para as Barragens de Pedreira e Amparo. A informação preocupou ambientalistas e moradores da APA de Campinas, que se reuniram na noite de terça-feira (29), para ouvir as explicações sobre a obra. O encontro reuniu cerca de 90 pessoas.
O convite partiu da diretoria do Conselho Gestor da APA (CONGEAPA), que vem solicitando esclarecimentos sobre a construção das barragens e, que ganhou repercussão, após o desastre e crime ambiental, ocorrido na semana passada nas barragens de Brumadinho (MG).
Em dezembro de 2017, data em que foi aberto a licitação para as obras, o DAEE, fez uma apresentação do projeto ao pleno do conselho, mas no decorrer do processo questões foram abordadas, porém não respondidas.
Segundo o projeto do DAEE, as novas barragens abrangem 23 municípios da região, entretanto, após a finalização da obra, será necessária a implantação de um sistema de adutoras, para conduzir as águas acumuladas das barragens para os municípios da região, sistema esse, que só será construído em 2045.
A Barragem de Pedreira deve ser paralisada imediatamente, pois não servirá para nada, disse o ex-presidente da Agência Nacional de Águas, Vicente Andreu.
Segundo ele, a barragem não terá o anel necessário para interligar as barragens para Campinas. “A obra também traz impactos e não garante a segurança hídrica para a região, por isso devemos repensar outras medidas. Temos outras soluções para garantir água a população, como a recuperação das nascentes. As obras não se justificam, a menos que o governo faça um compromisso, que o anel será feito, o que eu não acredito”, afirmou.
Apesar da vinculação com o abastecimento de água, a origem das duas barragens está na ampliação da Refinaria de Paulínia. “Em 2006, a Replan tinha autorização para captar água do rio Jaguari, e uma licença para o projeto de ampliação e modernização, portanto na verdade, essa obra só favorece a Replan”, disse o vice-prefeito de Pedreira Fábio Polidor.
Estima-se que a altura da barragem de Pedreira chegue a 49 metros, ou seja, caso haja um rompimento atingirá rapidamente os moradores da região, distantes apenas 3 quilômetros da barragem. A cidade está em alerta, e o sentimento de insegurança assola a população.