CLIMA
O município de Campinas-SP, localiza-se próximo ao Trópico de Capricórnio, numa região de clima tropical. O clima é do tipo mesotérmico com verões quentes e estação seca de inverno, caracterizado por temperatura média anual em torno de 20º C; mês mais frio com média inferior a 18º C, mas superior a 3º C e mês mais quente superior a 22º C; precipitações médias anuais em torno de 1400 mm e abaixo de 60 mm durante o inverno seco.
A temperatura do ar assinala um regime térmico sem grandes variações, com média de 21,6º C, máxima absoluta de 37,8º C e mínima absoluta de 0,2º C.
A média anual de chuvas é 1381,2 mm, distribuídos em dois períodos distintos: um chuvoso, de outubro a março, quando caem 76,5% das chuvas anuais, e outro seco, de abril a setembro, com apenas 23,5% da precipitação anual. Durante os meses de dezembro, janeiro e fevereiro ocorrem as precipitações mais intensas e o maior número de dias com chuvas.
As maiores velocidades médias dos ventos ocorrem em setembro e outubro e as menores em maio e junho, sempre em direção predominante SE.
SOLOS
Campinas encontra-se em uma região de contato entre as rochas cristalinas Pré-Cambrianas do Escudo Brasileiro e os terrenos sedimentares das eras Paleozóica e Mesozóica da Bacia do Paraná.
Na porção leste do município, que compreende o distrito Joaquim Egídio, os terrenos são cristalinos (granitos, gnaisses e quartzitos).
No distrito de Joaquim Egídio predominam os tipos de solos Podzólicos Vermelho-Amarelo, mas também são encontrados, em associações e inclusões, Latossolos, Solos Litólicos, Cambissolos, Solos Hidromórficos e Afloramentos de Rocha.
TOPOGRAFIA
A região compreendida pelo distrito de Joaquim Egídio, corresponde aos morros e serras do Planalto Jundiaí, onde a altitude máxima chega a 1079 metros, na Serra das Cabras.
VEGETAÇÃO
A colonização, na região de Campinas, iniciada no século XVIII, foi sempre predatória, levando a uma grande alteração da cobertura vegetal original. Quanto às florestas quase nada restou: a demanda por madeira, lenha e espaço para outros tipos de uso das terras (agricultura, pastagens e áreas urbanas) levou à quase total devastação destas formações. Atualmente, elas ocupam apenas 3% da área total do município, sendo representadas por cerca de 114 manchas, distribuídas nas zonas urbanas e rural.
As florestas latifoliadas semidecíduas, recobriam toda a área de Sousas e Joaquim Egídio e grande parte do restante do município, em solos ricos e férteis, oriundos de rochas intrusivas básicas e solos oriundos de rochas cristalinas. O naturalista Saint-Hilaire, ao passar por esta região, em 1818, registrou que \”a cidade de Campinas era totalmente rodeada de matas\”. Apresentavam árvores de até 30 metros de altura, sendo comuns o pau d\’alho, peroba, jequitibá, caviúna, sucupira, jacarandá, jatobá e ipê. Estas florestas densas foram as responsáveis pela denominação original do município, que nos primórdios da colonização era conhecido como \”Campinas do Mato Grosso\”.
A maioria dos fragmentos de vegetação natural que persistem em Campinas, são matas mesófilas semidecíduas. São matas tropicais, latifoliadas, mesofíticas, semidecíduas, semi-secas, de altitudes medianas e com porte médio a alto. Típicas de regiões de clima tropical estacional com duas estações bem distintas: verões úmidos e quentes e invernos mais frios e secos, que condicionam uma estabilidade foliar dos elementos arbóreos não adaptados a deficiências hídricas ou baixas temperaturas. Durante o inverno, cerca de 20 a 50% dos elementos arbóreos, principalmente nos estratos superiores, perdem as folhas. É a forma florestal que, no Estado de São Paulo, estende-se desde a crista da Serra do Mar até o Rio Paraná, ocorrendo de forma bastante diversificada.
Quanto à sua composição florística, possuem espécies típicas, espécies de distribuição ampla e também espécies da floresta atlântica. Conforme o grau de alteração destas matas por queimadas, corte raso ou seletivo de madeira, ou outros tipos de interferência humana, observa-se alguma variação na sua fisionomia e composição florística.
Outro tipo de matas ainda encontradas no município, embora geralmente bastante alteradas, são as matas ciliares. São as formações que ocorrem nas planícies aluviais, nos solos úmidos sujeitos a inundações periódicas ao longo dos rios. Estruturalmente são bastante variáveis, com predominância de lenhosos médios e altos de até 20 metros de altura, raramente apresentam dossel emergente. Irregularidade de perda de folhas é típica destas formações.
RECURSOS HÍDRICOS
O município de Campinas abrange três grandes bacias hidrográficas: do Rio Capivari, Rio Atibaia e Rio Jaguari, sendo que as duas últimas abrangem a área de Sousas e Joaquim Egídio. A Bacia do Rio Atibaia é a mais extensa na APA, com 17.491,52 ha ou 77,7% da área total, sendo formada por 41 microbacias, além de 1.789,41 ha de vertentes do próprio Rio Atibaia. Destaca-se a microbacia do Ribeirão das Cabras (Joaquim Egídio), a maior delas, com 5.558,20 ha (24,69% da área total da APA). A Bacia do Rio Jaguari (Sousas) possui 4.474,02 ha (19,87% da área total), sendo composta por 17 microbacias e 687,23 ha de vertentes do Rio Jaguari.
Grande parte dos pequenos cursos d\’água de Sousas e Joaquim Egídio foi represada, particularmente na zona rural, formando 87 pequenos açudes ou reservatórios artificiais, que servem de aguada aos rebanhos ou têm fins recreacionais.
No mapa abaixo, pode-se visualizar a diferença da rede hidrográfica dos distritos de Sousas e Joaquim Egídio com toda área da outra parte do município. Essa grande quantidade de rios resulta em uma importância biológica altíssima, principalmente no que diz respeito à avifauna.
USO DAS TERRAS
Não foram observados, na área de Joaquim Egídio, muitos usos das terras restritos a determinadas localidades, em função de características do meio físico. Com exceção das matas ciliares e dos campos de várzeas, que ocorrem em áreas com solos, substrato rochoso, tipos de relevo e declividades bastante particulares, as demais categorias de cobertura vegetal e uso atual das terras distribuem-se por uma grande diversidade de condições ambientais.
As áreas urbanas concentram-se nas porções menos elevadas, geralmente abaixo de 700 metros, ao longo dos principais cursos d\’água da região descrita. São áreas com relevo predominante colinoso e de morrotes e com declividades inferiores a 20%, adequadas para a urbanização e edificações.
As culturas perenes e anuais, ocorrem em áreas com declividades baixas e médias, inferiores a 12%, o limite para a mecanização agrícola. Quanto ao relevo, são geralmente praticadas em Morros e Morrotes e também em áreas colinosas, no caso das culturas anuais.
As pastagens e os reflorestamentos, com reduzidas exigências culturais e práticas de manejo, distribuem-se por toda área, nas mais diversas condições de altimetria, declividade, solos, geologia e tipos de relevo. Nas áreas de maior altitude, relevo mais acidentado e declividade mais acentuada, eles constituem as classes predominantes, juntamente com manchas de matas mesófilas.
As matas mesófilas, originalmente distribuídas por toda a extensão de Sousas e Joaquim Egídio, desde as áreas mais baixas, ao longo do Rio Atibaia, até os pontos mais elevados da Serra das Cabras. Devido a esta distribuição altimétrica original, entre 500 a 1500 metros, estas matas são consideradas como formações do tipo montana.
As matas ciliares e os campos de vázeas estão fortemente associados ao substrato sedimentar Terciário-Quartenário (QA), acumulados nas Planícies Fluviais dos principais cursos d\’água da área. São áreas de declividades baixas, geralmente inferiores a 6%, e altitudes menores que 700 metros.