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Copa Verde exige estádios e obras sustentáveis

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A realização da Copa do Mundo de Futebol de 2014 no Brasil acontecerá sob o tema “Copa sustentável”, ou seja, as 12 capitais escolhidas para sediar chaves do evento esportivo precisarão desenvolver projetos caracterizados pela sustentabilidade ambiental e econômica. Para atender a esses requisitos definidos pela Fifa, os responsáveis públicos e privados pela construção/modernização das arenas e da infraestrutura geral (transportes, hospedagem, aeroportos, portos, rodovias etc.) necessárias à boa realização da copa precisarão ficar atentos à qualidade dos materiais empregados, definidos já nos projetos de arquitetura e engenharia.
A qualidade e a durabilidade dos materiais empregados na construção de arenas e estádios e da infraestrutura é essencial para que o país ganhe equipamentos esportivos, de transportes, de hospedagem, hospitalares e diversos outros realmente sustentáveis, para obter um legado positivo pós-copa. Investir um pouco mais na qualidade dos materiais pode assegurar durabilidade prolongada, com ganhos econômicos e ambientais no médio prazo, pois será menor a necessidade de reparos e de troca desses materiais, reduzindo a geração de resíduos, resultando em menor consumo de matérias-primas obtidas de recursos naturais cada vez mais escassos..
A especificação, já no projeto, de materiais de aço ou ferro fundido galvanizados é um item de sustentabilidade, econômica e ambiental, pois o aço revestido tem sua vida útil prolongada e exige menos manutenção se comparado ao aço nu ou pintado, o que resulta em considerável economia. A maioria das novas arenas brasileiras que sediarão chaves da Copa 2014 têm elementos metálicos importantes no conjunto da obra, como coberturas e parte deles também na estrutura. Mesmo estruturas de concreto armado ganham em durabilidade quando as armaduras metálicas utilizadas são galvanizadas a fogo. Além disso, há guarda-corpos, cercas e alambrados, portões, detalhes arquitetônicos de fachada em aço ou ferro fundido e que ganham vida útil maior com a galvanização a fogo, técnica pela qual a estrutura/elemento é recoberto com zinco. Isto evitaria a corrosão por oxidação das armaduras do concreto em pilares, vigas e lajes ou estruturas metálicas, de guarda-corpos e corrimãos, esquadrias de aço, portões, cercas, estrutura e cobertura metálicas de estacionamentos, por exemplo. Esses componentes, se submetidos à galvanização a fogo, podem durar até 75 anos sem manutenção, dependendo do ambiente onde estão inseridos. Está comprovado que a galvanização oferece muito maior resistência aos elementos metálicos em cidades situadas à beira-mar, caso de metade das 12 cidades-sede da Copa: Fortaleza, Natal, Recife, Salvador, Rio de Janeiro e Porto Alegre. E nas demais cidades, também é fator de durabilidade e sustentabilidade.
Dados da Associação Internacional do Zinco (IZA, na sigla em inglês) mostram que a corrosão é responsável por perdas equivalentes a 4% do PIB de nações desenvolvidas. Certamente esse percentual é superior no Brasil e em países emergentes, devido à falta de proteção adequada dos elementos metálicos utilizados aqui, muitas vezes por desconhecimento de sua existência por parte de arquitetos e engenheiros, calculistas e responsáveis pelas obras. Esse desconhecimento, é necessário reconhecer, deve-se principalmente à falta de disciplinas pertinentes e necessárias sobre proteção contra a corrosão nas grades curriculares de faculdades de arquitetura e engenharia civil.
O aumento da durabilidade das estruturas e elementos metálicos, ampliando a vida útil das obras e melhorando sua sustentabilidade econômico-financeira e ambiental, foi reconhecido pela África do Sul em sua preparação para a Copa 2010. A África do Sul utilizará dez estádios na copa do mundo, dos quais cinco são novos e cinco foram reformados/modernizados para atender às exigências da Fifa. Em todos, um denominador comum: o uso de estruturas e elementos metálicos galvanizados, procedimento também utilizado pela Alemanha ao sediar a Copa 2006 e pela China, em seus estádios construídos para as Olimpíadas de 2008.
O Brasil pode se mirar nesses bons exemplos e deixar obras sustentáveis, duráveis e que servirão bem às futuras gerações, muito além da Copa 2014.
Regislaine Guizelini e Ariane Souza são engenheiras metalúrgicas do Departamento de Desenvolvimento de Mercado da Votorantim Metais – Unidade de Negócios Zinco

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