Reconhecimento internacional marca avanço nas políticas de combate à pobreza e segurança alimentar; Lula celebra e se compromete a seguir na luta mesmo sem mandato
Reportagem Sandra Venancio – Foto Ricardo Stuckert/PR
Na manhã desta segunda-feira, 28 de julho, o Brasil recebeu o anúncio oficial da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO): pela segunda vez na história, o país está fora do Mapa da Fome. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comemorou a conquista e afirmou que seguirá atuando contra a fome e a pobreza, com ou sem mandato.
Clique aqui para fazer parte da comunidade do Jornal Local de Campinas no WhatsApp e receber notícias em primeira mão.
Em comunicado internacional divulgado nesta segunda-feira, a FAO confirmou que o Brasil foi oficialmente retirado do Mapa da Fome, lista que reúne países com altos índices de insegurança alimentar. Essa é a segunda vez que o país conquista esse reconhecimento — a primeira havia sido em 2014, também durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
Logo após o anúncio, o presidente Lula fez uma ligação ao diretor-geral da FAO, Qu Dongyu, para celebrar a conquista e reafirmar o compromisso do país com a erradicação da fome. “Para que a gente acabe com a fome e com a pobreza, é preciso colocar o povo pobre no orçamento do país, no orçamento de estados e municípios. O dia em que os governantes fizerem isso, a gente vai resolver esse problema crônico da humanidade”, declarou.
Em tom emocionado, o presidente se disse “o homem mais feliz do mundo” e reforçou que sua atuação em prol dos mais pobres não se limita ao período em que ocupa a presidência. “Sou um soldado do Brasil, um soldado da FAO, um soldado mundial”, disse Lula. Em resposta, o diretor da FAO afirmou: “O senhor pode ser um soldado, mas é, na verdade, um comandante-chefe.”
A retirada do Brasil do Mapa da Fome é resultado de políticas públicas integradas voltadas à inclusão social, segurança alimentar, combate à miséria e fortalecimento de redes de proteção. Entre os fatores que contribuíram para o resultado estão a reestruturação do Bolsa Família, o aumento real do salário mínimo, o apoio à agricultura familiar e a ampliação de programas como o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos) e o Cozinha Solidária.
Especialistas e movimentos sociais destacam que o retorno do Brasil ao Mapa da Fome em 2021 foi reflexo do desmonte de políticas públicas e do aumento da desigualdade. A reversão desse quadro, segundo organizações da sociedade civil, demonstra que o combate à fome depende diretamente de decisão política, investimento público e compromisso com os direitos humanos.
Com o novo reconhecimento, o Brasil volta a ser referência internacional em políticas de segurança alimentar e inclusão social, reforçando seu papel como líder global no enfrentamento à fome.