A fisioterapia uroginecológica é uma alternativa para quem sofre de incontinência urinária. O tratamento é simples, de baixo custo e resolve cerca de 70% dos casos. Fonte de constrangimento, de desconforto físico e de restrições na vida social, a incontinência urinária é um problema bem mais comum do que se imagina. Segundo a Sociedade Internacional de Incontinência, seis milhões de brasileiros sofrem desta patologia, o que posiciona o distúrbio como um problema de saúde pública.
Se os números assustam, a boa notícia é que existem técnicas simples na área da saúde capazes de resolver a maior parte dos casos de incontinência urinária, aponta a fisioterapeuta, especialista em reeducação do assoalho pélvico Emily Polessi. ”A fisioterapia uroginecológica, aplicada em mulheres que sofrem com a perda involuntária de urina em estágios iniciais pode resolver 70% dos casos”, indica Emily.
O maior problema relacionado à doença ainda é a falta de informação, comenta a fisioterapeuta, pois muitas mulheres acreditam que ficar incontinente faz parte do processo natural de envelhecimento. ”É preciso estar consciente de que nunca será normal perder urina de forma involuntária”, alerta a especialista.
Ela explica que podem ser submetidas ao tratamento não só mulheres que apresentam disfunções miccionais, mas também com disfunções proctológicas como incontinência fecal ou de flatus e até as que apresentam disfunções sexuais como dispareunia (dor durante a relação sexual). Na maioria das vezes, explica Emily, esses sintomas são multifatoriais, em que o sobrepeso, menopausa e o processo de envelhecimento pioram os sintomas de incontinência.
A base do trabalho dessa especialidade da fisioterapia é o fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico (que é toda a região da vagina e ânus), que tendo o controle dessa musculatura, consegue-se evitar os escapes de urina. “A tarefa mais importante é o aprendizado do exercício, pelo difícil acesso e pela desinformação da região, pois as mulheres em geral não conhecem o seu próprio corpo e não têm consciência dessa musculatura tão importante para a saúde pélvica da mulher. Mas depois do aprendizado torna-se um exercício simples, fácil, que pode ser feito junto com as atividades rotineiras”, diz Emily.
Assim, não precisa esperar ter algum sintoma miccional para iniciar os exercícios de assoalho pélvico, deve-se pensar na prevenção, não só de incontinências, mas também de prolapsos (“queda de bexiga”) que é muito comum com o envelhecimento.
Modalidades do tratamento
Recursos como os exercícios de Kegel fazem parte do tratamento, pois trabalharão a coordenação da musculatura do períneo, sua força e sustentação.
Outro método aplicado é a eletroterapia, que utiliza aparelhos específicos como os eletrodos endovaginais. Segundo a fisioterapeuta, funcionam como uma espécie de sonda que será introduzida no canal vaginal, emitindo correntes elétricas controláveis cujo objetivo é estimular a enervação local. E por fim é utilizado um aparelho chamado biofeedback, uma sonda vaginal capaz de medir a força feita pela paciente e o tempo que a mulher consegue contrair a musculatura do períneo.
Além das sessões realizadas na clínica, a paciente terá de se exercitar em casa para garantir o progresso no tratamento. Emily explica que a mulher vai utilizar em casa um cone vaginal. ”Ela precisa segurar o cone dentro do canal vaginal enquanto executa as tarefas diárias durante duas horas. Faz parte da finalização do tratamento e de sua continuidade”, explica.
Qualidade de vida ”Não conseguia segurar a urina quando tossia ou espirrava”, conta Sônia (nome fictício). Há mais de um ano fazendo os exercícios a paciente conta que hoje apresenta melhora dos sintomas da incontinência urinária.
Os primeiros sinais de perda de urina apareceram muitos anos depois de ter o segundo filho, conta a paciente de 59 anos. ”Depois de ganhar meu segundo filho, hoje com 27 anos, passei pela cirurgia de laqueadura e tive de reconstruir o períneo. Há uns quatro anos comecei a apresentar os problemas. Muitas vezes não dava tempo de chegar ao banheiro”, revela Sônia.
A indicação de tratamento fisioterapêutico mudou a vida de Sônia. Uma vez por semana ela vai à sessão. Os exercícios com o cone são feitos em casa. ”Melhorei muito”, comemora.
Exercícios para fazer em casa
Deitada, eleve o quadril e o dorso e fique apoiada apenas sobre os ombros e pés. Ao elevar o quadril contraia o bumbum. Volte a deitar e relaxe os glúteos.
Sentada, deixe os pés paralelos e distantes 20 centímetros um do outro. Contraia os músculos da vagina como se apertasse algo dentro dela. Conte até três e relaxe. Vá aumentando a contagem nos dias seguintes até chegar a dez.
Fique em pé e flexione levemente as pernas, com as mãos na cintura e os pés a 30 centímetros um do outro. Mexa a pélvis para cima e para a frente, ao mesmo tempo que contrai a parte interna da vagina. Conte até três e relaxe.
De pé, braços relaxados e pés distantes a 20 centímetros um do outro, contraia as nádegas o máximo que puder. Conte até três e relaxe.
Curso de pompoarismo
O curso é ministrado por Thaís Fornes tem duração de três horas e meia. A aula é teórica e as alunas aprendem sobre intimidade com o próprio corpo, parte física do assoalho pélvico, respiração e diafragma para identificar os anéis vaginais através de contrações.
O pompoarismo é como uma ginástica íntima são contrações pélvicas voluntárias. Fortalece os músculos vaginais e do pubococcígeo. Perto do clitóris. Ativa a circulação estimulando glândulas, ajudando a regular os hormônios. Aumenta a autoestima. Auxilia e previne problemas como incontinência urinária, queda da bexiga e do útero, previne o vaginismo e a atrofia dos músculos vaginais.
Auxilia no parto normal devido ao aumento de força nos músculos e torna a recuperação mais rápida.
As contrações musculares também estimulam e massageiam a vulva aumentando o prazer e sensibilidade da mulher em seus pontos erógenos.
Kit para ginástica íntima
O exercício muscular vaginal deve ser feito com material apropriado para a finalidade. O kit contém: vibrador – consciência corporal e intensifica alguns exercícios; Pesinhos – 5 cones, cada um com um peso diferente. É usado de forma gradual e nos exercícios de sustentação; Ben-wa – 2 bolinhas com uma espécie de pesinho dentro que é utilizada para os exercícios de coordenação motora; Colar tailandês – várias bolinhas bem pequenas presas em um fio, são utilizadas nos últimos estágios do treino para coordenação motora também.
Onde encontrar
Rua Padre Almeida, 157 – Cambuí.
Fone: (19) 3324 3141 ou 3324 3242