Ondas de até 4 metros atingem o Extremo Oriente Russo; Japão, Havaí, Califórnia e Chile entram em estado de alerta. Sismo é o mais intenso desde Fukushima, em 2011
Reportagem Sandra Venancio – Foto Governo da Região de Sacalina/AFP
Um terremoto de magnitude 8,8 sacudiu a Península de Kamchatka, no Extremo Oriente da Rússia, na manhã desta quarta-feira (30), provocando um tsunami que se espalhou por diversas regiões do Oceano Pacífico. Até o momento, não há registro de mortes, mas milhares de pessoas foram evacuadas em zonas costeiras da Rússia, Japão e Estados Unidos.
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O terremoto, registrado por volta das 11h30 no horário local (23h30 de terça-feira no Brasil), teve epicentro a cerca de 130 km da costa sudeste de Petropavlovsk-Kamchatsky, a uma profundidade estimada entre 19 e 20 quilômetros. O evento foi classificado como o mais poderoso a atingir a região desde 1952, e o mais intenso globalmente desde o desastre de Fukushima, no Japão, em 2011.
Na Rússia, as ondas chegaram a 4 metros em áreas como Severo-Kurilsk, provocando inundações, danos em edifícios públicos — incluindo uma escola e um hospital — e a evacuação de cerca de 2 mil moradores. Imagens divulgadas por autoridades locais mostram ruas tomadas pela água e sirenes soando em áreas costeiras.
O tsunami também gerou alertas em outros países do Pacífico. No Japão, mais de 900 mil pessoas foram orientadas a se deslocar para áreas mais altas, principalmente nas províncias de Hokkaido, Aomori e Iwate. Ondas entre 40 e 60 centímetros já foram registradas, mas autoridades alertam para a possibilidade de oscilações mais severas ao longo do dia.
Nos Estados Unidos, as regiões costeiras da Califórnia, Oregon, Alasca e Havaí foram colocadas em estado de atenção. Em Honolulu, no Havaí, ondas de até 1,7 metro foram registradas, e as praias foram esvaziadas como medida de precaução. A Guarda Costeira norte-americana recomendou a retirada de embarcações de áreas portuárias.
No Chile, o Serviço Hidrográfico e Oceanográfico da Marinha (SHOA) emitiu alerta de tsunami para toda a costa do país, e o governo suspendeu as aulas em cidades litorâneas. Medidas preventivas semelhantes foram adotadas no Peru, México, Equador e Colômbia.
A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA) informou que o tsunami foi gerado por uma movimentação abrupta da placa tectônica do Pacífico Norte. Especialistas alertam para a possibilidade de réplicas significativas, com magnitudes acima de 7,0, nas próximas horas ou dias.
“Foi um terremoto extremamente potente e superficial, o que favorece a formação de tsunamis mais agressivos”, explicou Dmitry Kolesov, sismólogo do Instituto de Geociências da Rússia. “A topografia submarina da região também contribuiu para a dispersão rápida das ondas por todo o Pacífico Norte.”
Apesar da intensidade do tremor, até o momento não há confirmação oficial de mortes. Alguns feridos leves foram atendidos em unidades de saúde locais. Equipes de emergência seguem monitorando as áreas atingidas e orientando a população.
O presidente russo, Vladimir Putin, foi informado do ocorrido e ordenou o envio de apoio federal à região de Kamchatka. Em pronunciamento, o primeiro-ministro japonês também pediu calma e destacou que as usinas nucleares do país operam normalmente, sem registros de danos.
Organismos internacionais como a Cruz Vermelha e a ONU acompanham a situação e preparam respostas humanitárias para casos de necessidade. A comunidade científica global também está reunindo dados para avaliar o impacto do sismo no contexto da atividade tectônica do Círculo de Fogo do Pacífico.
As autoridades de defesa civil em toda a bacia do Pacífico recomendam que a população siga os alertas oficiais, evite áreas costeiras e permaneça atenta a possíveis atualizações nas próximas horas.
Veja os países que emitiram alerta
- Rússia (principalmente Península de Kamchatka e Ilhas Curilas)
- Japão (várias prefeituras costeiras incluindo Hokkaido, Kanagawa e Wakayama)
- Estados Unidos (Havaí, Alasca, costa oeste incluindo Oregon, Washington e Califórnia)
- México
- Guatemala (com risco avaliado como baixo)
- Equador (incluindo as Ilhas Galápagos)
- Peru
- Chile
- Países da América Central com costa no Pacífico