Na Suprema Corte, Lula reforçou a importância da estabilidade institucional, o respeito entre os poderes e agradeceu a Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o trabalho para garantir o processo eleitoral justo e seguro
Após descansar menos de uma semana com Janja, sua esposa, na Bahia, o presidente eleito Lula (PT), começou uma agenda pesada de trabalho para, como disse ele, “reconstruir o Brasil, fazer a economia crescer e gerar emprego”.
Lula fez em um dia o que o presidente Jair Bolsonaro (PL), derrotado na eleição, não fez em quase quatro anos de mandato, resumiu o deputado Alexandre Frota (Pros-SP), em entrevista à jornalista Bela Megale, do jornal O Globo, se referindo a agenda de Lula no Distrito Federal nesta quarta-feira (9).
“Juntou todas as instituições e teve uma atuação brilhante e democrática diante do Supremo Tribunal Federal, da Câmara e do Senado na sua primeira vinda a Brasília”, disse o deputado que participa de reunião com o presidente eleito.
Lula chegou a Brasília na noite da última terça (8). Nesta quarta (9), se reuniu com presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL); do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG); do Supremo Tribunal Federal, ministra Rosa Weber; e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes.
Com os parlamentares, Lula debateu soluções no Orçamento da União de 2023 para garantir recursos para pagar o Bolsa Família de R$ 600 e o auxílio de R$ 150 para mães com filhos até 6 anos, entre outras medidas sociais. Uma das propostas em discussão e a PEC da Transição, que tiraria os recursos para esses programas do teto de gastos.
Na Suprema Corte, Lula reforçou a importância da estabilidade institucional, o respeito entre os poderes e agradeceu a Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o trabalho para garantir o processo eleitoral justo e seguro. EM uma postagem no Twitter, Lula falou que foi a Brasília mostrar respeito às instituições.
O colunista do g1 Valdo Cruz avaliou que a agenda de Lula em Brasília é em busca da estabilidade institucional, movimento que tem sido chamado internamente de “reconstrução nacional”, em razão das polêmicas em que Bolsonaro se envolveu com os demais poderes nos últimos anos.
Nesta quarta, em entrevista coletiva após os encontros com as autoridades, Lula disse ser “plenamente possível” recuperar a “normalidade” nas relações entre as instituições.
Nesta quinta, Lula deve se reunir com aliados na sede do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), onde trabalhará a equipe de transição comandada pelo vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin.
Esta foi a primeira visita do presidente eleito ao local desde que o petista derrotou Bolsonaro nas urnas.
A equipe de transição já trabalha em áreas como desenvolvimento social, com nomes indicados por Lula como a senadora Simone Tebet (MDB-MS), a ex-ministra Tereza Campello e o deputado estadual André Quintão (PT-MG).
Já na área econômica, estão os economistas Pérsio Arida, André Lara Resende e o ex-ministro Nelson Barbosa.
Na parte de saúde, foram anunciados, entre outros, os ex-ministros Humberto Costa e Alexandre Padilha.
Por lei, o presidente eleito dispõe de 50 cargos remunerados para formar a equipe, que também pode contar com voluntários. A estimativa é de que cerca de 100 pessoas atuem na equipe de Lula.
