Investigadores apontam articulação com governo dos EUA; Moraes impõe tornozeleira eletrônica e proíbe Bolsonaro de acessar redes, falar com diplomatas ou com Eduardo Bolsonaro
Foto Lula Marques/Agencia Brasil
A Polícia Federal afirma que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) articulou e financiou uma ofensiva contra a soberania do Brasil, com apoio de aliados internacionais e tentativa de interferência do governo dos Estados Unidos. A avaliação consta de documentos enviados ao Supremo Tribunal Federal (STF), que motivaram a operação deflagrada nesta sexta-feira (18).
Durante busca na residência de Bolsonaro, a PF encontrou:
- Um pen drive escondido no banheiro, cujo conteúdo está em análise;
- US$ 14 mil em espécie, sem origem declarada;
- Uma cópia impressa da petição inicial da ação judicial movida pela plataforma de vídeos Rumble contra o ministro Alexandre de Moraes, apresentada nos Estados Unidos.
A Polícia Federal comunicou ao STF que a ação da Rumble, anexada entre os documentos do ex-presidente, acusa Moraes de censura e pede que suas ordens — especialmente as que determinam o bloqueio de contas de usuários — não tenham validade em território americano. A presença do documento reforça a suspeita de que Bolsonaro e seus aliados buscaram apoio internacional para pressionar o Judiciário brasileiro.
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Os investigadores consideram a ação parte de uma estratégia de “ataque coordenado à soberania nacional”, com uso de canais diplomáticos e digitais para deslegitimar o sistema eleitoral e constranger o Supremo Tribunal Federal.
Em resposta à gravidade dos indícios, o ministro Alexandre de Moraes determinou uma série de medidas cautelares contra Bolsonaro:
- Uso de tornozeleira eletrônica;
- Toque de recolher entre 19h e 7h;
- Proibição de uso de redes sociais;
- Vedação de contato com outros investigados, inclusive seu filho Eduardo Bolsonaro;
- Proibição de manter comunicação com embaixadores e diplomatas estrangeiros, ou frequentar embaixadas.
Eduardo Bolsonaro também passou a ser foco das autoridades após sugerir uma possível ação militar dos Estados Unidos contra o Brasil, o que acentuou o risco percebido de articulações externas contra a democracia brasileira.
Com a apreensão dos documentos e os vínculos com agentes e empresas estrangeiras, a PF afirma estar diante de um possível plano para desestabilizar as instituições brasileiras com apoio logístico e político internacional, colocando em xeque os limites da liberdade de expressão e da atuação política no exterior.