Nascido na Espanha, em 1919, aos 4 anos Antônio Huerta mudou-se para Cuba com os pais, de onde regressou seis anos depois devido à saúde de sua mãe. Pouco tempo depois foi convocado para lutar na Guerra Civil Espanhola, que teve como causa um golpe preparado pelo general espanhol Francisco Franco com o objetivo de derrubar o governo republicano, protegido por cinco generais.
Primeiramente, a região de Oviedo foi cercada e a população ficou 18 meses sem água, luz e com tanques de guerra por todos os lados. Em seguida, com a ajuda dos aviões alemães que incendiaram e bombardearam a cidade de Guernica, Francisco Franco continua sua invasão avançando em direção ao norte, obrigando o governo republicano a transferir a capital para Barcelona. Em pouco tempo, a Espanha se viu dominada pelos franquistas e em fevereiro de 1939, o presidente Azaña renuncia e dá lugar ao governo ditatorial do general Franco que durou até sua morte, em 1975.
A Guerra Civil Espanhola deixou a Espanha toda na miséria. A família de nosso personagem pretendia recuperar o que perdera durante esse período, mas as dificuldades e a falta de recursos eram muitas, o que o motivou a decidir buscar uma vida melhor em outro lugar.
Mudou-se para o Brasil no ano de 1953 e se instalou no distrito de Sousas. Desde que aqui chegou teve diversas profissões, estando entre elas a de lavador de ônibus e servente de pedreiro. Se casou aos 40 anos com uma brasileira com quem tem três filhos e quatro netos que, segundo ele “brilham mais que o raio de Sol”.
Antônio Huerta pode ser observado em frente a sua casa localizada na Rua Dona Maria Franco Salgado onde, aos 86 anos, se dedica a fazer cavalos com troncos de árvores e pedaços de madeira que “são feitos para os netos poderem brincar e também para que a patroa não me mande lavar os pratos”, diz ele.
Simone de Carvalho
Antonio Huerta
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