Uma empresa inglesa de biotecnologia _ que acaba de inaugurar uma unidade produtiva no Technopark, em Campinas _ apresenta uma solução inovadora para o combate à dengue no Brasil todo. A planta produz em laboratório mosquitos machos geneticamente modificados, que não picam os humanos, e que colaboram para reduzir radicalmente a população dos insetos transmissores da doença.
Na fábrica de “ovos transgênicos” , uma proteína chamada tetraciclina (inofensiva e não tóxica) é usava para a modificação das larvas, que crescem defeituosas. Na natureza, os machos transgênicos cruzam com as fêmeas selvagens, e a inseminação gera descendentes que morrem antes de chegar à fase adulta.
A Oxitec começou a instalar a planta industrial campineira no final do ano passado. E a equipe técnica é formada basicamente por especialistas estrangeiros, que na Europa já desenvolviam soluções adotadas pela indústria farmacêutica no combate a outras doenças tropicais do planeta, como a malária e a febre amarela.
A bióloga portuguesa Sofia Bastos Pinto, supervisora de produção da fábrica campineira, explicou os procedimentos a jornalistas do Brasil todo, interessados em conhecer detalhes da metodologia inovadora. Ela mostrou “gaiolas” tomadas por 250 mil mosquitos machos, prontos para ser soltos na natureza. A temperatura controlada do laboratório, disse, permite a produção de larvas modificadas em oito dias.
A empresa ainda aguarda da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) a autorização para a produção em escala do mosquito transgênico. Por enquanto, os experimentos só podem ser executados dentro de projetos específicos, isolados, financiados por cada prefeitura e supervisionados pelo Ministério da Saúde. Mas o futuro é promissor.” Cada cidade poderá montar sua fábrica de ovos transgênicos. E os custos do procedimento são mínimos. O laboratório só precisa de água e ar-condicionado para funcionar” ,afirmou a bióloga.