O produtor rural Rodolpho Schimidt, tem um sitio com 8 alqueires, em Joaquim Egídio, onde tem um pomar de citrus. Ao contrário da grande maioria dos sitiantes, a propriedade fica a beira do asfalto o que facilita o escoamento da produção. Ele acredita que não haverá outro boom imobiliário com a procura por áreas em busca de formação de loteamento como ocorreu há dois anos e por outro lado, observa que, sempre haverá interesse pelas terras de antigas fazendas ao entorno das cidades, áreas ainda com remanescentes de matas nativas relativamente conservadas.
A atividade agropecuária na propriedade poderia ser bem melhor, diz. Para ele, há uma visão geral de que não vale a pena trabalhar no campo e isso é constatado pela falta de incentivo aos moradores de pequenos sítios e chácaras. “Para a área rural se tornar produtiva de verdade é preciso que haja políticas públicas neste sentido, uma gestão administrativa municipal com leis claras do uso e ocupação do solo”, disse.
Não se trata de fomento financeiro, explica, porém para empreender e ter sucesso no negócio é preciso que o governo crie condições de prosperidade na localidade. Na região de Sousas e Joaquim Egídio as fazendas e os sítios produtivos estão instalados em montanhas e encostas de morros. As áreas são de difícil acesso. “A topografia é acentuada e as estradas são péssimas. Não temos escolas por perto e é difícil encontrar pessoas interessadas em vir trabalhar.”, reclama.
Ele ressalta que o agronegócio é que está segurando o PIB (Produto Interno Bruto) no Brasil com a produção de grãos e pecuária. Entretanto, na região com proximidade a grandes centros urbanos, como Campinas, seja inviável a propriedade aposta em estilos diferenciados de negócios.
A alternativa, segundo ele, para o empreendedorismo rural desenvolvido na região da APA ser bem sucedido é a agricultura sustentável, com a condução de produção orgânica, empresas que não gerem resíduos, de serviços ambientais. “Um regramento claro para, por exemplo, um condomínio rural com regramento claro de preservação de florestas, solo e nascentes d’água”.
Schimidt diz que a seis décadas atrás a maioria da população brasileira morava no campo e atualmente ocorre o contrário, com a ocupação de centros urbanos na faixa metropolitana das cidades com divisão de pouco espaço. “É preciso que a população volte a ocupar o ambiente rural, com moradia, como alternativa de trabalho, com ganho na qualidade de vida”, falou.