A Secretaria Municipal de Comércio, Indústria, Serviços e Turismo
(SMCIST), por meio do Departamento de Turismo, participa nesta
terça-feira, dia 17 de outubro, às 9h30, do lançamento de um roteiro
turístico de fundamental importância para a história do Município.
Em parceria com o Campinas Conventions & Visitors Bureau e a Fundação
Fórum Campinas, a iniciativa busca resgatar elementos da história cafeeira
para compreender de maneira mais profunda a trajetória de formação e
transformação de Campinas.
Às 9h30, uma comitiva iniciará o percurso do roteiro saindo da fazenda
Santa Elisa do Instituto Agronômico (IAC) – onde funciona o Centro de Café
\”Alcides Carvalho\” – com destino à fazenda Tozan. No IAC, os visitantes
receberão informações sobre a origem das pesquisas em café no IAC e a
evolução dos estudos. Já na fazenda Tozan (Monte D\’Este) terão a
oportunidade de conhecer a produção cafeeira local, visitar o museu e
instalações internas da antiga Fazenda Ponte Alta e em seguida participar
de um almoço preparado pela família Iwasaki que há cerca de 80 anos
adquiriu a propriedade.
O diretor de turismo, Fernando Vernier, acredita que o roteiro dará uma
maior visibilidade ao trabalho que a secretaria vem realizando. \”Com a
implantação desse roteiro turístico em Campinas e no CT2, e com a ajuda de
nossos parceiros conseguiremos reforçar o potencial turístico de nossa
cidade\”, ressalta.
\”Em Campinas, o café ocupou papel estratégico no desenvolvimento de
diferentes atividades e frentes econômicas, entre elas, a ferrovia, meio
de transporte essencial ao escoamento da produção\”, explica o diretor de
Turismo, Fernando Vernier.
O secretário de Comércio, Indústria, Serviços e Turismo, Sinval Dorigon,
reforça a importância de recuperar a história e a tradição de Campinas e
da região. \”Além de fortalecer o local como atração turística, temos que
fortalecer este segmento de grande relevância para a geração de emprego e
renda\”, afirma.
Atualmente, as marcas da cultura cafeeira podem ser encontradas em toda a
região rural de Campinas, mas em especial nos distritos de Sousas e
Joaquim Egídio e no Bairro Carlos Gomes, Área de Proteção Ambiental
(APA)do Município.
Café
A Fazenda Tozan (Monte D\’Este) – antiga Fazenda Ponte Alta – (localizada
na Rodovia Ademar Pereira de Barros – km 121,5), retrata de maneira
exemplar a importância que a cultura cafeeira desempenhou e continua a
desempenhar em Campinas. Patrimônio histórico e cultural originado em
1798, a fazenda foi originalmente produtora de açúcar, registrando-se
entre seus testemunhos, a presença de escravos e em data posterior,
trabalhadores livres, entre eles, imigrantes japoneses.
Atualmente, a Fazenda Tozan possui 900 hectares de terra e cerca de
1.140.000 cafeeiros (cultivados em 240 hectares com colheita parcialmente
mecânica). Na Tozan, o café ainda é o principal produto de cultivo e
comercialização, sendo que a busca pela melhor qualidade faz com que seu
café> seja reconhecido internacionalmente. Em caráter complementar, o
milho é cultivado em área para descanso do solo e entre as ruas das
plantas recém transplantadas com idade média de 6 meses.
Café histórico
Nascidos no interior das fazendas de cana, os cafezais impulsionaram um
novo ciclo de desenvolvimento para a cidade. À partir da economia
cafeeira, Campinas passou a concentrar grande contingente de trabalhadores
escravos e livres (de diferentes procedências), empregados em plantações e
em atividades produtivas rurais e urbanas.
No mesmo período (a partir da segunda metade do século 19), a cidade
passou a experimentar uma intensa \”modernização\” de seus meios de
transporte, produção e vida, permanecendo presente até hoje na memória da
cidade, aspectos diversos desta transformação.
A presença do café para a história e o desenvolvimento de Campinas é de
fato tão grande que a Prefeitura Municipal de Campinas planeja construir
um parque público temático – o Parque do Café -, em conjunto com outros
parques, Parque das Águas, Parque Botânico, Parque das Aves).
Área de Proteção Ambiental
A cerca de 10Km da área central de Campinas, os distritos de Sousas e
Joaquim Egídio integram a Área de Proteção Ambiental (APA) com 207 km² de
extensão (28% da área total do município). No interior da APA localiza-se
também o bairro Carlos Gomes, a 30 quilômetros do centro de Campinas, com
uma população de 5 mil moradores e atividade predominantemente rural (gado
de corte e hortaliças). Com um patrimônio arquitetônico de grande
importância histórica, a> região do Carlos Gomes ainda guarda as marcas da
época em que a agricultura cafeeira foi a principal atividade econômica no
Estado de São Paulo. Prova disso são as quatro estações ferroviárias
(Carlos Gomes, Desembargador Furtado, Pedro Américo e Tanquinho), além dos
vários casarões das antigas fazendas, a Capela Santa Rita do Mato Dentro e
o cemitério onde foram enterrados os soldados da Revolução de 32.
Pedra Branca
Também com raízes na atividade cafeeira a região de Pedra Branca é outra
área de interesse para divulgação turística e que, desde o início do ano,
já realiza passeios diversos turísticos.
A área de antiga Fazenda Pedra Branca, cuja principal atividade já foi a
cultura cafeeira, hoje abriga pequenos produtores de frutas, com
plantações goiaba, laranja kincan, pêssego, carambolas doce e azeda,
acerola, banana e figo, com uma participação importante na produção de
frutas de Campinas.
Alessandra Sabbatini