A contadora Meire Pozza, que trabalhou com o doleiro Alberto Youssef, disse hoje (11) que este recebia políticos em escritório privado, no Paraná. Segundo Meire, Youssef procurava não misturar os negócios pessoais com a gestão de empresas de fechada, como a GFD Investimentos.
Em entrevista após prestar depoimento na Justiça Federal, em Curitiba, em um dos processo da Operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF), Meire reafirmou que tinha conhecimento da relação próxima entre o doleiro e os ex-deputados federais André Vargas (PT-PR), Luiz Argôlo (SDD-BA) e Mário Negromonte (PP-BA).
Segundo Meire, alguns políticos eram recebidos em escritório privado, onde ficavam Rafael Ângulo Lopez e Adarico Negromonte, acusados de entregar dinheiro a parlamentares, a mando de Youssef.
No depoimento perante a Justiça, a ex-contadora afirmou que as primeiras notas frias emitidas pela GFD Investimentos foram para a empreiteira Mendes Júnior. No total, Meire acredita que foram emitidos de R$ 3 milhões a R$ 4 milhões em notas de serviços que não foram prestados.
“Todo dinheiro que entrou na GFD não saiu em forma de saque ou pagamento de propina. O dinheiro que entrou na GFD foi sempre usado para investimentos e despesas da própria GFD. Nunca houve prestação de serviço de nenhuma nota emitida”, disse.
A Justiça Federal em Curitiba ouviu hoje (11) testemunhas de acusação contra os executivos da Mendes Júnior. O doleiro Alberto Youssef, que compareceu a todas as audiências, permaneceu na carceragem da PF em Curitiba.
Ontem (10), o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou que Youssef e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa prestem novos depoimentos de delação premiada para esclarecer a participação de políticos no recebimento de propinas.