
Com o tema “Memória é resistência e invenção de futuro”, o Bloco Unidos do Candinho vai tomar às ruas de Sousas, no dia 15 de fevereiro. A concentração acontece às 14h na sede do Cândido Ferreira, com saída prevista para às 15h. O bloco segue para a Praça Beira Rio, onde acontece o tradicional “Baile das Marchinhas”. O evento encerra às 18h.
De acordo com a assessoria do Cândido Ferreira, o tema sintetiza várias ideias e sentimentos dos representantes do bloco, que desejaram evidenciar e refletir sobre a história de luta pelo cuidado em liberdade. Nesses 27 anos dos Unidos do Candinho sustentando um movimento de tomada da rua, como espaço democrático para toda diversidade humana. “A saída de nosso bloco é uma possibilidade de criar um futuro mais inclusivo e afetivo para todos, e as dificuldades atuais como a falta de incentivos financeiros para a cultura no contexto nacional”, relata.
A bateria do Unidos do Candinho, nomeada Afrontosa, ensaia desde o início de janeiro, todas às sextas feiras pela manhã, na Concha Acústica do Taquaral. Participam dos ensaios, os usuários do Cândido Ferreira, carnavalescos, músicos integrantes de outros blocos, como a Unidos da tribo (Joaquim Egídio), Paredão (Sousas) e Savuru (DICs).
O Bloco também convida toda a comunidade para compor as alas ou para criarem pequenos coletivos de foliões, como exemplo, a Ala dos homenageados, em que a pessoa levará um boneco de papel machê, que represente uma pessoa símbolo de resistência. Para construírem os bonecos serão feitas algumas oficinas nos centros de Convivência.
A arte da camiseta foi desenvolvida a partir de um desenho de Marlene Diniz (in memorian). Usuária da instituição, ela participou de diversas exposições e salões de arte. Ao seu desenho se mescla a imagem de uma mão em punho cerrado, símbolo de diversas lutas, e ela vem colorida anunciando os tons de nosso carnaval.
O Cândido mudou os modos de tratar a saúde mental desde o ano de 1990, a partir de um convênio assinado com a Prefeitura Municipal de Campinas. Atualmente, o Cândido atende seis mil usuários da saúde mental.
A ressocialização dos usuários tem sido buscada de diversas formas com oficinas de trabalho, projetos de arte, esporte, cultura, música, dança e lazer, através dos Centros de Atenção Psicossocial, Centros de Convivência, projetos de comunicação, e o carnaval passou a ser um instrumento de ressocialização dos usuários da saúde mental que, por muitos anos, ficaram presos nos pátios do antigo sanatório.