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terça-feira, novembro 19, 2024

O Laranjal… A história de Joaquim Egídio

Data:

 

 

 

Joaquim Egídio é um distrito pertencente ao município de Campinas, no estado de São Paulo. Seu nome é em homenagem a Joaquim Egídio de Sousa Aranha, marquês de Três Rios. Localizado a 15 km do centro da cidade, atualmente, é o distrito menos populoso da cidade, e o mais distante e rural dos distritos, sendo que nos últimos anos, tem tido um grande aumento populacional em função dos condomínios fechados. Tem no turismo uma importante fonte de renda. É nele que está localizado o Observatório Municipal de Campinas Jean Nicolini.

O acesso é feito pelas rodovias José Bonifácio Coutinho Nogueira (SP-81), a partir do centro de Campinas e Rodovia Dona Isabel Fragoso Ferrão (CAM-127), a partir do km 122 da Rodovia D. Pedro I, sendo essa última alternativa de acesso não pavimentada.

Localizado na antiga Fazenda Laranjal, do latifúndio do capitão mor Floriano de Camargo Penteado, este Distrito é herança da mistura dos povos que imigraram para o país na época das grandes fazendas. São africanos e europeus que se estabeleceram e fincaram suas raízes. Sua arquitetura é tipicamente colonial. Antes da construção da Rodovia Heitor Penteado em 1958, a ligação até o centro de Campinas era feita pelo Ramal Férreo Campineiro, com a locomotiva apelidada de “Cabrita”, que conseguia subir a Serra das Cabras para escoar a produção cafeeira local.

História

A região onde fica Joaquim Egídio, assim como Sousas, surgiu em função das fazendas cafeeiras e se desenvolveu com o estabelecimento do Ramal Férreo Campineiro, estabelecido na década de 1890 e extinto em 1960, que ligava Joaquim Egídio à Estação Campinas (atualmente Estação Cultura). A criação oficial do distrito, até então um povoado, ocorreu com o desmembramento de seu território de Sousas, ocorreu através da Lei Estadual 5.285, de 18 de fevereiro de 1959.

Curiosidade

O Insigne Cardeal Agnelo Rossi, brasileiro que mais alto subiu na hierarquia eclesiástica, sendo considerado o maior expoente da Igreja do Brasil, chegando a ser cardeal-decano do Colégio Cardinalício, é natural deste Distrito de Joaquim Egídio.

Laranjal…São Luciano…Joaquim Egídio…

Antes de receber o nome de Joaquim Egídio, por volta de 1894, o atual distrito já foi chamado de Laranjal – devido à grande quantidade de árvores desse gênero existente nos cafezais – e São Luciano. Até o momento, não existe precisão a respeito das origens de sua fundação, embora algumas casas datem da década de 1840. Ainda que o nome atual seja uma homenagem ao neto do Marquês de Três Rios, o provável fundador do vilarejo foi o Major Luciano Teixeira Nogueira.

Nogueira, nascido na então Vila de São Carlos (Campinas) em 1803, era filho do sargento-mor Joaquim José Teixeira e de D. Angela Izabel Maria de Sousa. Casou-se duas vezes: a primeira, em 1820, na Vila de São Carlos, com Francisca de Paula Ferraz, sua sobrinha, tendo 18 filhos. Após sua morte, Nogueira casou-se em 1852, na já cidade de Campinas, com Joaquina Augusta Nogueira, tendo mais 16 filhos neste segundo matrimônio.

No campo político, o Major era conhecido por seus ideais liberais, tendo exercido o cargo de vereador, entre os anos 1833-36 e um segundo mandato entre 1845-48, e participado do movimento liberal de 1842 a favor de Feijó. Nogueira também ocupou posto na Guarda Nacional, substituindo o Major Joaquim Quirino (pai de Bento Quirino) no cargo de Comandante da corporação.

Eminente senhor de engenho, possuía grande quantidade de terras: era proprietário da Fazenda Chapadão, herdada de seu pai, de produção de açúcar. O engenho foi um dos pioneiros da indústria cafeeira na região e, segundo Celso Maria Puppo, Nogueira também fundou a Fazenda Laranjal, de produção cafeeira, em cuja sede hoje se encontra a parte urbanizada de Joaquim Egídio. Em homenagem ao Major, que falecera em 1884, a vila passou a chamar São Luciano.

Mas o nome atual do distrito se refere a uma outra personagem importante de nossa comunidade, cuja lembrança ficaria cunhada na memória local. Joaquim Egídio de Sousa Aranha, o Marquês de Três Rios, era grande proprietário rural, possuindo na região a Fazenda Sertão, antiga sesmaria de Antônio da Cunha Raposo Leme. A propriedade foi adquirida pelo Marquês em 1885 e lhe pertenceu até seu falecimento, em 1893, deixando-a para seus netos – filhos de Carlos Egídio de Sousa Aranha – então já falecido. O Marquês de Três Rios doou terreno para construção da capela de São Joaquim, ainda no século XIX, e foi seu neto, Joaquim Egídio de Sousa Aranha Neto, conhecido como o “marquesinho”, que ergueu a capela e doou o terreno para a estrada ferro (a antiga “Cabrita”). O nome da vila – Joaquim Egídio – passou, portanto, a ser utilizado como homenagem ao “marquesinho”.

Somente em 1958, através do Decreto de Jânio Quadros, a vila transformou-se em Distrito, tendo como municípios vizinhos Valinhos, Itatiba, Morungaba e Pedreira e fazendo limite com Sousas e Atibaia.

Joaquim Egídio de Sousa Aranha, primeiro e único barão, conde, visconde e marquês de Três Rios, (Campinas19 de março de 1821 — São Paulo19 de maio de 1893) foi um proprietário ruralcafeicultor e político brasileiro. Em 1876, passou a residir em São Paulo. Foi Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Fez generosos donativos às instituições de caridade. Foi Presidente da Companhia Paulista, construtora da Estrada de Ferro Jundiaí a Campinas. Foi também um dos fundadores do Banco Comércio e Indústria de São Paulo.

Família

Filho de Francisco Egídio de Sousa Aranha e de sua prima Maria Luzia de Sousa Aranhaviscondessa de Campinas, proprietários (por herança de Joaquim Aranha Barreto de Camargo) do Engenho e Fazenda Mato Dentro, antiga Sesmaria em Campinas. Irmão gêmeo do tenente-coronel José Egídio de Sousa Aranha (que foi casado em primeiras núpcias com Maria Luísa Pereira de Queirós, e em segundas, com Antonia Flora Pereira de Queirós e que recusou receber o título de barão de Campinas que lhe foi oferecido). Foi também irmão de Ana Teresa de Sousa Aranha, que foi casada com seu primo Manuel Carlos Aranha, Barão de Anhumas, não tendo se tornado baronesa consorte de Anhumas, por ter falecido antes da concessão do título, tendo sido a baronesa a segunda espôsa, Blandina Augusta de Queirós Aranha. Também foi sua irmã, Libânia de Sousa Aranha, que foi casada com seu primo Joaquim Policarpo Aranha, barão de Itapura.

Casou-se em primeiras núpcias, em 30 de novembro de 1842, com Ana Francisca de Pontes (viúva do capitão Antônio José da Silva), nascida em Campinas, em 1822 onde faleceu em 16 de agosto de 1875, sendo filha de José Pereira de Pontes e Cecília Barbosa de Almeida. Casou-se em segundas núpcias, em São Paulo, em 19 de fevereiro de 1876, com Maria Hipólita dos Santos Silva, nascida em 2 de janeiro de 1824 e falecida em 19 de outubro de 1894, viúva de Amador Rodrigues de Lacerda Jordão, barão de São João do Rio Claro, e filha de José Joaquim dos Santos Silva, barão de Itapetininga.

Faleceu o Marquês de Três Rios a 19 de maio de 1893, em São Paulo, sendo sepultado no Cemitério do S.S. Sacramento. A Marquesa pouco tempo sobreviveu ao marido, pois, também faleceu na Capital do Estado, sendo sepultada no Cemitério da Consolação, não deixando geração.

Deixou o Marquês uma das maiores fortunas de São Paulo. Ao falecer deixou 15 netos como herdeiros, tendo seus dois filhos do primeiro casamento, já falecido. Houve descendência, três filhos, apenas do primeiro casamento:

Carlos Egídio de Souza Aranha (nascido em 1843), que se casou com Maria Angela de Moraes Bueno (nascida em 1851), tendo por filhos, Joaquim Egidio de Souza Aranha (nascido em 1867), que se casou com Analia Ferreira de Camargo, Carlos de Souza Aranha (nascido em 1868), Candido Egydio de Souza Aranha (nascido em 1869), Zulmira Adelaide de Souza Aranha (nascida em 1871).

Brasilia Augusta de Sousa Aranha (nascida em 1846), que se casou com João Franco de Andrade, sendo seus filhos, Octaviano Franco de Andrade, Alfredo Franco de Andrade, Clodomiro Franco de Andrade, Maria Franco de Andrade, Lauro Franco de Andrade, João Franco de Andrade, America Franco de Andrade.

Amelia Aureliana de Sousa Aranha (nascida em 1847).

 

Propriedades

Foi riquíssimo proprietário urbano e rural, destacando-se a Fazenda Sertão, antiga sesmaria adquirida em 1885, no município de Campinas, como outras que possuiu, como a Fazenda Vista Alegre, a Fazenda Pinheiros e também a Fazenda Santa Gertrudes, esta no município de Rio Claro.

O Solar do Marquês de Três Rios, na cidade de São Paulo, foi onde recebeu a família imperial, o Conde d’Eu, a Princesa Isabel e três filhos que hospedou. Construido entre os anos de 1850 e 1860, posteriormente, foi adaptado como séde da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, em 1894. O prédio foi demolido em 1928, bastante danificado por ter sofrido bombardeios durante a Revolução de 1924.

Em Campinas, no Solar do Largo da Catedral, também foram recebidos, a princesa imperial D. Isabel de Bragança, seu marido e os filhos do casal, em 1884.

Teve ainda residência em São Paulo, na Rua do Carmo, nº 18, esquina com a Rua Santa Thereza.

 

Armas

Armas: as da Família Aranha: de azul ultramarino, com asna de vermelho, perfilada de prata, carregada em chefe de um escudete de prata, com uma banda de vermelho, sobrecarregada de três aranhas de negro, a asna acompanhada de três flores-de-lis de ouro. Timbre: uma flor-de-lis do escudo.

 

Títulos e homenagens

Foi Barão, Visconde, Conde e Marquês de Três Rios;Título de Barão, em 10 de agosto de 1872;Elevado a Visconde em 19 de julho de 1879;Conde em 19 de julho de 1880;Marquês em 7 de maio de 1887 (D.Pedro II);Era grã-cruz da Imperial Ordem de Cristo. Oficial da Ordem da Rosa. Homenageado em São Paulo, com a Rua Três Rios, região onde ficava seu antigo Solar, e na cidade de Campinas com a Rua Marquês de Três Rios. Em sua homenagem foi batizado um distrito de Campinas, Joaquim Egídio.

História

Joaquim Egídio é um dos distritos pertencentes à cidade de Campinas, no estado de São Paulo.Seu nome é em homenagem a Joaquim Egídio de Sousa Aranha, marquês de Três Rios.

Localizado a cerca de 15 km do centro da cidade, é o mais distante e rural dos distritos, sendo que nos últimos anos, tem tido um grande aumento populacional em função dos condomínios fechados. Tem no turismo uma importante fonte de renda.

É nele que está localizado o Observatório Municipal de Campinas Jean Nicolini.

 

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