Campinas registrou de janeiro à março deste ano três vezes mais casos de dengue se comparado ao mesmo período do ano passado. A Secretaria Municipal de Saúde apurou que 752 pessoas foram infectadas pela doença, no ano anterior foram 252 infectados no mesmo trimestre. Até a primeira semana de abril, a Secretaria investiga 1.746 casos suspeitos e descarta casos graves de risco eminente. Os exames são realizados pelo Instituto Adolph Lutz.
Segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde a região mais problemática com o maior volume de doentes são a sul, onde foram verificados 304 casos em moradores dos bairros do Campo Belo, Parque Oziel e Vila Rica.
No Distrito de Barão Geraldo e São Marcos, na região norte da cidade, foram 142 doentes registrados. Na região nordeste, onde estão o Jardim Ipaussurama e Itajaí, a Secretaria Municipal de Saúde encontrou 111 pessoas com a doença.
No Distrito de Sousas, área leste da cidade, foram 98 casos e no sudeste ,compreendida pelos DICs, Jardim Aeroporto e Itatinga, foram 97 casos confirmados. A Secretaria Municipal de Saúde afasta a ocorrência de uma epidemia na cidade como em 2007 quando foram diagnosticadas 11.442 casos da doença no ano todo e 4.304 confirmações somente naquele trimestre.
“Cerca de 80% dos criadouros estão nos domicílios”, conta a médica veterinária Tessa Roesler, coordenadora de controle da dengue da Secretaria de Saúde. De acordo com ela, os trabalhos de prevenção ocorrem o ano todo entretanto, neste momento, é necessário ampliar a conscientização e mobilizar a sociedade quanto aos cuidados para evitar o aumento da incidência e os riscos da doença.
Segundo ela há vários fatores que interferem na proliferação da doença, dentre eles a questão climática que é a de maior risco. Mesmo com o fim do verão, e a proximidade de temperaturas mais amenas do outono, o mosquito transmissor Aedes Aegypti pode permanecer no ambiente entre 30 a 35 dias mesmo com o fim do período das chuvas de verão. “O importante agora é a população cuidar do seu quintal e não deixar os criadouros”, disse.
Ela destaca que mesmo com o desligamento dos servidores do antigo Hospital Cândido Ferreira, a Secretaria vem realocando funcionários para não prejudicar os trabalhos. De acordo com ela, há verbas alocadas para o combate a doença. O setor tem 550 agentes comunitários de saúde e ainda conta com equipes de vigilância em saúde, apoios de funcionários de outros departamentos para a limpeza da cidade e realização de nebulização, além da contribuição dos soldados do Exército.