A Secretaria de Estado da Saúde vai realizar, de 25 a 30 de maio, a 1ª Semana da Esquistossomose. O objetivo é orientar a população e realizar cerca de 20 mil exames para detectar e tratar a doença na população em todo o Estado de São Paulo.
Já a partir de segunda-feira haverá, nos municípios paulistas, distribuição de um milhão de panfletos, além de 10 mil cartazes e 10 mil folhetos, com informações sobre a doença, principais sintomas, formas de contágio e dicas de prevenção. Os materiais serão entregues nos postos de saúde e em escolas.
Entre os dias 25 e 29 de maio cerca de 5 mil Unidades Básicas de Saúde realizarão atendimento à população para detectar possíveis casos de esquistossomose. Pessoas que costumam nadar ou já se banharam alguma vez em rios, lagoas, mangues e córregos poluídos ou com presença de caramujos deverão comparecer aos postos de saúde para triagem.
Havendo necessidade, será agendada consulta médica e solicitado exame parasitológico (de fezes) aos pacientes para identificação do agente causador da esquistossomose. Os pacientes diagnosticados com a doença serão tratados gratuitamente com prescrição de um antiparasitário.
Além disso, cerca de 200 postos de saúde irão funcionar como unidades sentinelas, realizando a partir do dia 25 cerca de 5 mil exames de sangue, que permitem a identificação de infecções mais antigas, normalmente não detectadas no exame de fezes.
“Muitas pessoas podem ter o parasita da esquistossomose e não saber. Por isso é fundamental fazer o exame, que é indicado aos cidadãos que costumam banhar-se ou já nadaram alguma vez em rios e lagos poluídos, com presença de caramujos infectados”, afirma a médica Maria Bernadete de Paula Eduardo, responsável pela Divisão de Doenças de Transmissão Hídrica do Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria.
A esquistossomose é uma doença causada pelo parasita Schistosoma mansoni. As pessoas que entram em contato com a água contaminada podem adquirir a doença, que em muitos casos é assintomática no princípio. Os primeiros sintomas, inclusive, podem passar despercebidos. Em geral, são coceira intensa e vermelhidão. Depois podem aparecer febre, diarréia e dores musculares.
De evolução prolongada e sem sintomas evidentes, a esquistossomose pode se tornar grave, causando incapacitação quando órgãos como intestino, fígado, baço, pulmão ou o sistema nervoso são afetados, levando inclusive à morte. Por isso a prevenção é fundamental.
Em 2008 foram registrados no Estado de São Paulo 89 casos de esquistossomose autóctones (transmissão local) e outros 1.292 importados de outros Estados. Os números vêm caindo ano a ano. Em 2003, por exemplo, houve 582 casos autóctones e outros 3.431 importados.