Alcolumbre articula nome de Pacheco ao STF e tenta barrar Messias em meio ao “trauma Dino”

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A oposição vai bater pesado e dizer que ele vai servir o Lula”, disse um senador ouvido pelo blog. Foto Antonio Cruz/Agencia Brasil

Base governista teme novo desgaste com o Senado e oposição promete explorar o “episódio Bessias”

Por Sandra Venancio

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), intensificou as articulações políticas para emplacar o nome de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) como o próximo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). A informação foi divulgada pelo blog de Malu Gaspar, em O Globo.

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A movimentação ocorre em meio à resistência dentro da base governista à possível indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, considerado o favorito do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O “trauma Dino” e a resistência a Messias

Segundo interlocutores de Alcolumbre, o Senado ainda estaria “traumatizado” com a nomeação de Flávio Dino para o STF. O atual ministro, relator de ações sobre o orçamento secreto e sobre irregularidades em emendas parlamentares, desagradou amplos setores do Congresso.

Messias, por sua vez, é visto como “homem de confiança de Lula” e um “quadro ideológico do PT”, o que causa desconforto entre senadores mais conservadores. Há receio de que sua indicação acirre divisões no Parlamento e mobilize a oposição bolsonarista.

A ofensiva da oposição e o “episódio Bessias”

Parlamentares ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro já preparam uma ofensiva contra Messias, explorando o episódio do áudio entre Lula e Dilma Rousseff divulgado ilegalmente em 2016 pelo então juiz Sergio Moro.

Na gravação, Dilma menciona o envio do “termo de posse” de Lula na Casa Civil e cita Messias, à época assessor da Presidência, como o portador do documento — o que rendeu a ele o apelido de “Bessias”. A oposição pretende usar o fato como símbolo de lealdade pessoal a Lula.

“O ‘Bessias’ é o mais fácil de bater, é só colocar o áudio. A oposição vai bater pesado e dizer que ele vai servir o Lula”, disse um senador ouvido pelo blog.

O trunfo de Alcolumbre: Pacheco tem mais de 60 votos

De acordo com um levantamento interno feito por aliados de Alcolumbre, Rodrigo Pacheco teria mais de 60 votos favoráveis no Senado, enquanto Messias, hoje, não chegaria a 41 — o mínimo necessário para aprovação.

A estratégia de Alcolumbre é oferecer a Lula uma alternativa politicamente segura, capaz de garantir aprovação tranquila no plenário e evitar novo desgaste com o Congresso.

O argumento ganha força em meio a recentes reveses do governo no Legislativo — entre eles, a derrota da semana passada, quando a Câmara dos Deputados deixou caducar a medida provisória que previa a tributação de aplicações financeiras no exterior, estimada para gerar um alívio fiscal de R$ 35 bilhões.

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