Parte do biodiesel gerado será destinado ao abastecimento dos caminhões, tratores e demais motores da Prefeitura movidos a diesel. Inicialmente a usina produzirá 3 mil litros do combustível por dia. A Sanasa participa do projeto com o fornecimento de um caminhão, que será usado na coleta do material, e o Depto. de Limpeza Urbana (DLU) que contribuirá com 3 funcionários que trabalharão diretamente na elaboração do produto.
Segundo o presidente da Cooperativa Remodela (Cooperativa de Processamento de Materiais Recicláveis), Sidnei Morelli; 30 empresas de médio e grande porte (restaurantes e pastelarias) já se comprometeram com o projeto e doarão para a reciclagem os óleos vegetais usados em sua cozinha. Cada uma dela tem a capacidade de doar de 50 a 200 litros de óleo por mês.
A cooperativa é formada por universitários em diversas áreas, entre eles engenheiro químico, físico e elétrica, analista de combustíveis, administrador de empresas e outros.
O projeto já existe há mais ou menos 3 anos e tomou impulso após ser apresentado a Sanasa.
“Vamos gerar oito empregos diretos entre a manipulação do produto e realização de pesquisas”, disse o presidente.
A Usina fica na Vila Mimosa e está praticamente montada, aguardando apenas a chegada do certificado de Operação pela Cetesb. “ O projeto vem ao encontro de dois programas essenciais da Prefeitura: trabalho e renda e proteção ao meio ambiente”, disse o Secretário de Serviços Públicos Adauto Marconsim.
O biodiesel é chamado de combustível limpo porque não polui o meio ambiente.
A massa quântica de gás carbônico liberado pela combustão do biodiesel já foi absorvida anteriormente pelas plantas que deram origem a ele”, explica Marconsim.
O processo pelo qual passa o óleo de cozinha para se transformar em combustível consiste basicamente em farinha e outros tipos de resíduos, mistura com álcool mais catalisador e, por fim, acontece a fase de purificação, para neutralização do produto.
Cada litro de óleo vegetal resulta, aproximadamente, na massa quantidade de biodiesel, mais cerca de 100 mililitros (10%) de glicerina. Esta, normalmente, é vendida para a indústria de cosméticos.
A legislação permite que 2% de biodiesel seja misturado ao total de combustível convencional. A verdadeira economia será feita pela Sanasa que verá uma menor quantidade de óleo chegar ao rio e as estações de tratamento de esgoto reduzindo, assim, seu custo operacional.
CAMPINAS – O biodiesel e o biocombustível revelaram-se alternativas eficazes e menos poluentes ao óleo diesel, em um experimento realizado em Campinas.
Durante cinco meses, os combustíveis vegetais foram testados em passeios com uma van. A pesquisa foi coordenada pela ONG Jaguatibaia, do distrito de Sousas, em Campinas, e pelo Centro de Assistência Técnica Integral (Cati), da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento.
Entre abril e agosto de 2002, no primeiro domingo de cada mês, a van percorreu os pontos turísticos de Sousas, em um passeio de uma hora, utilizando biodiesel e biocombustível. Segundo o vice-presidente da Jaguatibaia, Carlos Pedro Staudt, a experiência foi muito bem-sucedida. Ele explicou que o projeto deve ter continuidade no próximo ano.
A ONG irá promover uma campanha com os moradores e proprietários de restaurantes para que guardem e doem o óleo de fritura de alimentos que seria descartado depois de usado. O material será filtrado e utilizado como biocombustível.
Staudt explicou que o biocombustível é o óleo comum,que apenas passa por um processo de filtragem. Já o biodiesel é obtido a partir de um processo químico. Ambos poluem menos que o diesel, porque não emitem enxofre e lançam uma quantidade reduzida de gás carbônico. Podem ser utilizados sem adaptações no motor, conforme o engenheiro. “Não provocam danos”, garante Staudt.
Os óleos vegetais tiveram rendimento 35% maior que o diesel. A van, que faz 11 quilômetros com um litro de diesel, fez 15 com os óleos vegetais.