Por Caroline Nunes
O Rio Atibaia, em Sousas, é a principal fonte de abastecimento de Campinas. É responsável por 95% da água captada, sendo que apenas 5 % vêm do Rio Capivari. As estações de tratamentos de água (ETAS) estão espalhadas em cinco pontos da cidade. Toda essa água é captada e tratada pela Sanasa (Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento).
A Sanasa é responsável pelo abastecimento de água (captação, adução, tratamento, reservação e distribuição de água potável), coleta, afastamento e tratamento dos esgotos domésticos do município de Campinas. A empresa atende 98% da população urbana com 3.112km de tubulações.
O Rio Atibaia deveria ter qualidade para abastecimento humano após tratamento convencional para proteção das comunidades aquáticas, recreação de contato primário e para irrigação de hortaliças, parques, jardins, campos de esporte e lazer com os quais o público possa vir a ter contato direto.
O CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) estabeleceu uma classificação para as águas doces, segundo seus usos preponderantes. A água é destinada ao abastecimento doméstico após tratamento convencional; proteção das comunidades aquáticas; recreação de contato primário (natação, esqui aquático e mergulho); irrigação de hortaliças e de plantas frutíferas; criação natural e/ou intensiva (aquicultura) de espécies destinadas à alimentação humana.
Uma pesquisa realizada na FEC-Unicamp envolveu a análise de amostras da água das chuvas em Campinas. Os resultados comprovam a presença de componentes de origem industrial como metais na água das chuvas, tendo como conseqüência a contaminação do solo, dos rios e lençóis freáticos, além do seu impacto para a saúde humana.
Foram analisadas amostras de água coletadas em quatro ETAs de Campinas. A análise das amostras coletadas indicou uma média de 22% de elementos de origem industrial na composição total, ao lado de 64% de elementos em ressuspensão do solo (associados à poeira) e 14% de cloreto, o que foi interpretado pela utilização de cloro no processo de tratamento da água executado pela Sanasa.
A presença de componentes de origem industrial nas amostras coletadas na ETA do rio Capivari e na Estação de Captação de água em Sousas foi em média de 8%. O número indica que a influência das fontes industriais é maior nos pontos mais próximos da área central de Campinas.
A assessoria de imprensa da Sanasa informou que estão atuando na recuperação da qualidade da água, com maior controle e construção de estações de tratamento de esgoto, cujo índice atual é de apenas 33% em Campinas.