Encontro ocorreu durante a Jornada Nacional de Lutas em defesa dos trabalhadores rurais; movimento reivindica medidas para ampliar reforma agrária e garantir produção de alimentos saudáveis

Em meio à Jornada Nacional de Lutas do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), realizada na semana do Dia do Trabalhador e da Trabalhadora Rural, celebrado em 25 de julho, representantes do movimento se reuniram com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta quarta-feira (23), no Palácio do Planalto, em Brasília.
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A audiência com o presidente teve como objetivo apresentar uma série de reivindicações voltadas à expansão e consolidação da reforma agrária no país. Entre os principais pontos da pauta levada ao governo estão a criação e estruturação de novos assentamentos, acesso ao crédito rural, políticas públicas de incentivo à produção de alimentos saudáveis, além de demandas por moradia, educação e infraestrutura para as famílias que vivem no campo.
Segundo o MST, o encontro também reforça a importância de se avançar na democratização do acesso à terra e no fortalecimento da agricultura familiar, considerada estratégica para a segurança alimentar e a sustentabilidade ambiental no Brasil.
“Queremos políticas permanentes que não só assentem as famílias, mas garantam condições dignas de vida no campo. É preciso retomar com força a reforma agrária como política de Estado”, afirmou João Pedro Stédile, integrante da direção nacional do MST.
A Jornada Nacional de Lutas ocorre simultaneamente em diversos estados, com mobilizações, atos públicos, atividades formativas e ações de solidariedade, como a doação de alimentos a populações vulneráveis. A data escolhida para marcar as ações – o 25 de julho – homenageia os trabalhadores e trabalhadoras rurais e relembra a importância histórica das lutas no campo.
Durante a reunião, o presidente Lula ouviu as demandas do movimento e, segundo integrantes do governo, demonstrou disposição em atender parte das reivindicações, especialmente nas áreas de crédito, educação e infraestrutura básica. O Palácio do Planalto, no entanto, não divulgou detalhes sobre novos assentamentos ou prazos para implementação das medidas.
O MST afirma que seguirá mobilizado e vigilante, cobrando respostas concretas do Executivo. “Seguiremos na luta até que cada família sem terra tenha seu direito garantido à terra, à produção e à vida digna”, declarou Kelli Mafort, da coordenação nacional do movimento.
A reunião também contou com a presença de ministros e assessores da Casa Civil, Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, entre outras pastas ligadas ao tema.