Defesa Civil aponta risco extremo em quase todo o estado; Vale do Paraíba, capital e litoral sul estão em nível de emergência. Reservatórios caem para 30,3%, limiar crítico de abastecimento
Por Sandra Venancio – Foto Rovena Rosa/Agencia Brasil
A persistência do clima seco e da baixa umidade colocou a capital e o interior de São Paulo em alerta máximo. Segundo a Defesa Civil Estadual, o risco de incêndios em vegetação permanece elevado em praticamente todo o território paulista, com diversas regiões já em situação de emergência.
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O alerta vermelho se concentra especialmente no Vale do Paraíba, na Região Metropolitana de São Paulo e no litoral sul, onde a combinação de ventos constantes e ar seco favorece a propagação das chamas. A nota da Defesa Civil ressalta que as condições críticas da estiagem exigem atenção redobrada das equipes municipais e estaduais
A faixa leste do estado, incluindo o Vale do Ribeira e o litoral norte, deve entrar em situação de emergência nesta segunda-feira (6). A previsão é de melhora gradual a partir de terça (7), com recuperação mais sensível apenas na quarta-feira (8).
Neste domingo (5), foram registrados incêndios de grandes proporções em Presidente Venceslau, Presidente Prudente, Espírito Santo do Pinhal e Itapura. Apesar da gravidade, não houve registro de vítimas.
Além do impacto direto nas áreas de vegetação, a seca já compromete o abastecimento de água. Os reservatórios do estado têm perdido cerca de 0,3% do volume armazenado por dia e operam atualmente com 30,3% da capacidade total — patamar considerado crítico. Desde o dia 1º de outubro, o Sistema Cantareira, o maior do estado, está oficialmente em situação de emergência.
No cenário nacional, o Maranhão ultrapassou o Mato Grosso e lidera o ranking de queimadas em 2025, com 11.511 focos registrados até o momento, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Apesar de uma leve queda de 4% em relação a 2024, o estado é o único entre os grandes a não apresentar redução significativa desde 2022.
O Mato Grosso, que teve queda de 80% nos focos, ocupa a segunda posição, com 9.399 registros. Em terceiro está o Tocantins, com 8.849 focos e retração de 42% no comparativo anual.
De janeiro a outubro, o Brasil contabilizou 81.374 focos de incêndio — uma redução expressiva de 62% em relação a 2024, o menor número registrado na última década.
Reservatórios em queda
Além do impacto direto nas áreas de vegetação, a seca já compromete o abastecimento de água. Os reservatórios do estado têm perdido cerca de 0,3% do volume armazenado por dia e operam atualmente com 30,3% da capacidade total — patamar considerado crítico.
Desde o dia 1º de outubro, o Sistema Cantareira, o maior do estado e responsável pelo abastecimento de cerca de 7 milhões de pessoas, está oficialmente em situação de emergência.
Sistema de Abastecimento | Capacidade Atual (%) | Situação |
---|---|---|
Cantareira | 29,8 | Emergência |
Alto Tietê | 32,1 | Alerta |
Guarapiranga | 34,5 | Atenção |
Rio Grande | 31,0 | Alerta |
Rio Claro | 33,7 | Atenção |
Fonte: Sabesp / Defesa Civil do Estado – atualização de 6 de outubro de 2025
Queimadas no país
No cenário nacional, o Maranhão ultrapassou o Mato Grosso e lidera o ranking de queimadas em 2025, com 11.511 focos registrados até o momento, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Apesar de uma leve queda de 4% em relação a 2024, o estado é o único entre os grandes a não apresentar redução significativa desde 2022.
O Mato Grosso, que teve queda de 80% nos focos, ocupa a segunda posição, com 9.399 registros. Em terceiro está o Tocantins, com 8.849 focos e retração de 42% no comparativo anual.
Estado | Focos de incêndio (2025) | Variação vs 2024 |
---|---|---|
Maranhão | 11.511 | -4% |
Mato Grosso | 9.399 | -80% |
Tocantins | 8.849 | -42% |
Pará | 6.327 | -60% |
Bahia | 5.916 | -38% |
Fonte: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), dados até 6 de outubro de 2025
Brasil tem o menor número de focos da década
De janeiro a outubro, o Brasil contabilizou 81.374 focos de incêndio — uma redução expressiva de 62% em relação a 2024, representando o menor número registrado nos últimos dez anos.
Mesmo com a melhora no cenário nacional, a situação no Sudeste e no Maranhão ainda preocupa autoridades ambientais, que apontam o avanço das queimadas sobre áreas urbanas e reservas naturais.
Fontes oficiais:
- Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe)
- Defesa Civil do Estado de São Paulo
- Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp)
- Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE)
Indicadores principais – 6 de outubro de 2025
- Umidade relativa do ar: 20% a 25% em média
- Temperaturas máximas: até 36°C no interior
- Risco de incêndios: alto a crítico em 88% do território paulista
- Volume médio dos reservatórios: 30,3%
- Focos de incêndio ativos no país: 81.374