Presidente do Senado apoia ida de Pacheco ao Supremo, mas Lula cogita candidatura ao governo mineiro em 2026; senador mineiro ainda não bateu o martelo
POR SANDRA VENÂNCIO – Foto: Roque de Sá/Agência Senado
A possível indicação de Rodrigo Pacheco ao Supremo Tribunal Federal (STF) ganhou força com a aposentadoria antecipada do ministro Luís Roberto Barroso, mas o senador mineiro enfrenta um dilema político: aceitar a vaga na Corte ou disputar o governo de Minas Gerais em 2026 — um dos palanques mais estratégicos para a reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Enquanto Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), presidente do Senado, demonstra entusiasmo com a possível nomeação de Pacheco ao STF, o próprio senador mantém cautela. Segundo a coluna da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, ele ainda avalia o impacto da decisão sobre seu futuro político e sobre o xadrez eleitoral mineiro.
Apesar de seu desejo pessoal de integrar a mais alta Corte do país, Pacheco tem sido lembrado por Lula como o nome ideal para encabeçar uma chapa competitiva em Minas em 2026. “Tenho certeza de que vamos ganhar o estado de Minas Gerais com o Pacheco. Ele sabe disso”, disse o presidente em entrevista à rádio Itatiaia.
Minas Gerais é considerado um dos estados-chave para o resultado das eleições presidenciais, e Lula precisa de uma base forte por lá. Interlocutores próximos afirmam que Pacheco está disposto a seguir a decisão do presidente. “Eu farei o que o presidente Lula decidir”, teria afirmado.
No Senado, Alcolumbre não esconde o entusiasmo com a possibilidade de ver o aliado indicado ao STF. Pouco antes da aposentadoria de Barroso ser oficializada, ele garantiu aos colegas que trabalharia para que Pacheco fosse aprovado com “o maior número de votos da história do Senado”. Em tom descontraído, brincou que a única exceção seria o senador Eduardo Girão (Novo-CE), ferrenho crítico da Corte.
A indefinição de Pacheco também impacta o cenário mineiro. Nomes como Alexandre Silveira (PSD), ministro de Minas e Energia, e a prefeita de Contagem, Marília Campos (PT), são cogitados, mas considerados fracos em uma disputa direta com candidatos bolsonaristas como o senador Cleitinho (Republicanos) e o vice-governador Matheus Simões (Novo).
A decisão final de Pacheco, portanto, vai muito além de uma escolha pessoal: pode influenciar diretamente a estratégia eleitoral do PT e a composição do Supremo pelos próximos anos.