Alvo de uma operação conjunta entre Ministério Público e Polícia Militar no início desta semana, o prefeito de Indaiatuba (SP), Reinaldo Nogueira (PMDB), disse “estranhar” o número de policiais envolvidos na ação, que encontrou R$ 1,5 milhão, 150 mil doláres e 2,7 mil euros de negócios supostamente ilegais na casa dele. Em nota enviada nesta quinta-feira (8), o político classificou de exagerado o aparato envolvido para fazer a busca.
Nogueira é suspeito de participar de um suposto esquema, investigado pelo MP, no qual a iniciativa privada compraria terrenos na cidade e, depois, a prefeitura pagaria valores muitos mais altos ao novos donos para desapropriá-los. A operação na segunda-feira (5) passou pela residência dele, empresas, a sede da administração municipais e outros locais. No total, aproximadamente 180 homens do Batalhão de Ações Especiais (Baep) da PM teriam participado da ação conjunta.
“É de se estranhar a quantidade de policiais envolvidos para a busca de documentos. Sou nascido e criado aqui em Indaiatuba, tenho endereço fixo, profissão, moro com minha esposa e meus dois filhos, portanto não era necessário tamanho exagero. Foram nove viaturas e dezenas de policiais dentro da minha casa logo pela manhã”, escreveu o prefeito.
Por meio de nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Estado de São Paulo disse que “o efetivo policial empregado é planejado conforme critérios técnicos”.
Após as denúncias, o bloco de oposição da Câmara de Vereadores, formado por três parlamentares, elaborou uma nota conjunta para dizer que vai aguardar informações do MP e do próprio prefeito antes de definir se pede a instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). Além do dinheiro na casa de Nogueira, foram achados outros R$ 400 mil na prefeitura.
Versão do prefeito
Em relação às denúncias, o chefe do Executivo disse que as desapropriações foram feitas da “forma mais correta e transparente possível”. Segundo ele, os valores pagos pelas glebas foram abaixo do mercado. “Sobre os recursos encontrados sob minha responsabilidade, posso garantir que são de origem lícita e vou provar isso.”, disse na nota.
Parte da verba, de acordo com Nogueira, é de negócios particulares e familiares. Ainda na versão dele sobre o caso, outra fatia do dinheiro estava com ele porque a casa do pai foi assaltada recentemente e a intenção era guardar os recursos com mais segurança. “Em breve entrego todos os documentos que comprovam a origem lícita”, completou.