Depois de quase 20 anos, os sinos da Igreja Matriz Sant’Ana voltaram a soar, e já chama a atenção de quem passa pelo local. Quem presenteou os moradores com o novo instrumento foi o Padre Marco Amstalden, que no dia 26 celebrou com missa as novas badaladas.
Os novos sinos vão recuperar uma antiga tradição dos moradores, quando os sinos eram soados pelo ‘Seo Brás’, responsável por executar as badalações por mais de meio século.
“Adoro sinos e quando me dei conta que eles estavam parados, fiquei inconformado. Procurei por uma empresa de São Paulo, que vistoriou as condições dos instrumentos, e me apresentou um orçamento. Imediatamente procurei por um empresário da região, que aceitou custear a empreitada. A igreja só teve as despesas de pintura e alvenaria para instalação”, conta o padre.
De acordo com ele, apesar do campanário ter mais de um século – data de 1899 -, ainda foi possível recuperar um dos sinos. Os outros dois, além de trincados, não puderam ser aproveitados, pois no badalar poderia trincar e prejudicar a qualidade do som. O novo campanário, agora com quatro sinos vai dar maior sonoridade as baladas.
Quanto aos sinos antigos, o padre Marco informou que, por enquanto, ficaram guardados na sacristia e futuramente expostos em um memorial na Praça de Santana, em frente da Matriz. “Eles serão guardados com o intuito de preservar as memórias dos distritos. É um patrimônio da comunidade, e marcaram diversos momentos históricos. Já estamos conversando com a Prefeitura de Campinas e buscando apoio da comunidade para preservar essa memórias”, disse ele.
Hoje os sinos são acionados eletronicamente. Uma curiosidade é que os sinos possuem diferentes pesos para dar uma melhor sonoridade as baladas. Os três novos sinos colocados em Sousas pesam 75, 110 e 155kg. Eles também são dedicados aos santos como São Nicolau de Flue, Nossa Senhora Aparecida, Santana, São Joaquim e Nossa Senhora do Bom Conselho (primeira padroeira de Sousas).
A partir de agora os quatro sinos passarão a badalar diariamente sempre às 12h e 18h, e também meia hora antes das celebrações. Na missa do dia 15, os sinos foram abençoados diante dos fiéis.
Os sinos surgiram na China há mais de dois mil anos. Com o tempo eles fizeram parte da historia nos mosteiros, e era um meio de comunicação com a comunidade. “Os badalos nos remete a sacralização do tempo e dependendo do tipo de balada os sinos podem comunicar uma festa, um badalo fúnebre, ou um badalo choroso, por exemplo, alerta sobre o perigo de uma enchente nos distritos”, finaliza o padre Marco Amstalden.