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segunda-feira, agosto 25, 2025

Maria Monteiro

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A fada que presidira a seu nascimento reservou-lhe desde o berço o condão da música que deveria ser para ela ser atavismo de família, sendo filha de José Francisco Monteiro e de Dona Joaquina Leopoldina de Andrade Monteiro.
Essa verenanda senhora que foi a sócia dos seus trabalhos e a companheira constante de sua vida artística, velando sempre com zelo maternal pelo nome de sua família.
Nascida na cidade de Campinas a 16 de janeiro de 1870 e aqui mesmo batizada coube ao Professor Joaquim Romão do Prado no Colégio Dona Rita Lobato em Jundiaí iniciá-la na música desde a infância.
Naquela cidade é ainda perdurável a recordação de uma menina que aos 9 anos de idade em uma afamada semana santa, encantara a multidão entoando com voz pueril, mais admirável, toda vestidinha de luto, com ares de Verônica de Brinquedo.
Estudou na escola Dona Carolina Florence “Instituições a que tanto deve a família campineira”. As escolas que cursou a Zica Monteiro como conhecida nas rodas colegiais, onde seu jeito expansivo conquistava sinceras amizades, como no público suas exibições iam em breve dar sua natural popularidade.
Foi Carlos Gomes então o grande auxiliar da estudante, como bom parente e protetor do mesmo modo que, vigilante e amigo de Maria Monteiro. Aprovada nos preparatórios matriculou-se em 1888 sendo classificada para a Escola do Maestro Giovaninni, obtendo no fim do ano o segundo prêmio medalha de bronze. No segundo ano, primeiro prêmio: medalha de prata.
Valendo-se de seu pai continuou o terceiro ano e obteve o segundo prêmio medalha de bronze e recebeu o diploma de Maestra e Artista de Canto com as congratulações do Maestro Antonio Bassini, diretor do Conservatório.
Em 15 de maio de 1889 a última vez que D.Pedro de Alcântara veio a Campinas, então Imperador do Brasil tendo ouvido no Colégio Florência cantar a nossa ilustre e conterrânea Maria Monteiro em que admirou sua vocação artística de mérito, pouco vulgar, prometeu-lhe uma ajuda financeira para que pudesse ela fazer na Europa o aprofundamento dos estudos de suas admiráveis aptidões. Cumprida que fora a promessa seguiu em maio a fugurosa campineira, em companhia de sua protenitora e de sua irmã pequena. Sabemos agora que desde o dia 15 de novembro quando embarcou para a Europa, o Monarca depositou as mensalidades que concorria para a talentosa senhora.
Estamos porém em 1889 e deposto D.Pedro, não foi possível obter a continuidade da pensão, a qual seria provavelmente muito pesada as economias do provisório que não quer continuar a subsenções do ex-monarca. Os jornais italianos que falavam da senhora em questão davam suas distinções por ela alcançadas no Conservatório, como avançado aproveitamento. No Ministério há dois campineiros que conhecem a pessoa a que nos referimos. Falta-lhe apoio e ela terá que encerrar a carreira.
Em 2 de julho de 1890 os amigos reuniuram-se no jornal para tratar de levar a efeito a idéia de um sarau literário musical cujo produto será oferecido a Senhora Maria Monteiro como auxílio para continuar seus estudos em Milão.
Foi então, que pela primeira vez, subiu ao palco aceitando-a a escritura inicial para a cidade de Peruggia, onde estreou com o Mephistopheles, com tal brilho que o Marquês Guido Monaldi empresário telegrafou a Carlos Gomes felicitando.
Em Milão, ora residente em Piazza Veneza, em Piazza S.Pietro, e finalmente no Corso Vittorio Emanuele, era constante guia sua mãe que a acompanhava em suas fadigas de estudante e que depois seguia por todos os teatros e em todas as cidades, amigas inseparáveis e conselheiras. Os ensaios encantada nos sucessos brilhante desde os primeiros triunfos nas premiere em Peruggia, em companhia de Theodorini, Gianini Maconi e outros grandes artistas.
Inaugurava-se a estátua de Victor Manoel, a estação lírica era importante e tal foi o entusiasmo do público ante a troupe que dirigia o Maestro
Casando-se com o comerciante Ermenegildo Grandi, de Genôva, ficou residindo naquela cidade onde indo em uma excursão ao Monte Branco, apanhou uma infecção na garganta e pulmões e que veio a falecer a 13 de maio 1897. Não deixou filhos e seu corpo jaz sepultado no cemitério Estaglieno, próximo a Genôva.
César Bierremback

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