O Banco Central anunciou uma medida para tentar baixar a posição vendida dos bancos no mercado de câmbio, que alcançaram a marca de US$ 16,8 bilhões no mês de dezembro. Alguns analistas avaliavam que essa forte posição vendida das instituições financeiras no mercado de câmbio, ou seja, apostando na queda da cotação do dólar, era um dos fatores que pressionavam para baixo a moeda norte-americana.
Circular do BC publicada nesta quinta-feira determina que as instituições financeiras deverão recolher, sob a forma de depósito compulsório, 60% sobre o valor da posição vendida de câmbio que exceder US$ 3 bilhões ou seu patrimônio de referência. “Esse depósito compulsório [recursos que ficarão detidos no BC] será recolhido em espécie e não será remunerado. As instituições terão 90 dias para se adequar à nova regra”, informou a autoridade monetária.
Nesta terça-feira, o ministro da Fazenda, Guido Manteva, convocou entrevista coletiva para dizer que o governo não deixaria o dólar “derreter”. Ele lembrou que o dólar barato prejudica as condições de competitividade das empresas brasileiras, uma vez que as exportações se tornam mais caras e as compras do exterior mais baratas. Apesar da ameaça, já recorrente de tomar novas medidas, ele informou que nada seria anunciado nesta quarta-feira.
No ano passado, o BC comprou US$ 41,4 bilhões no mercado à vista de câmbio, acima do volume de ingresso de US$ 24,3 bilhões no país registrado em 2010. As compras de dólares efetuadas pelo BC, que também fazem parte da estratégia do governo para tentar evitar uma queda maior do dólar, teriam estimulado, entretanto, a chamada “posição vendida” dos bancos no mercado de câmbio.