Pela primeira vez desde que foi instituído ainda nos anos 90 do século passado, a cidade de Campinas vai participar em 2013 do chamado “Outubro Rosa” – um movimento internacional nascido nos Estados Unidos, que tem como objetivo conscientizar a população sobre a necessidade do diagnóstico precoce do câncer de mama.
A campanha – que se notabilizou no mundo por iluminar de rosa monumentos históricos, prédios, equipamentos públicos e instituições privadas – deverá contar ao longo do mês, com seminários, palestras, ações de alerta, orientação e encaminhamento. No Brasil, a cidade de São Paulo foi a primeira a iluminar prédios de rosa, em 2002. Em 2008, o Rio aderiu ao movimento e iluminou o Cristo Redentor.
“Em Campinas teremos dezenas de prédios públicos e particulares, que serão iluminados de rosa. E a nossa expectativa é que a adesão seja uma das maiores do País”, diz o professor da Faculdade de Medicina da PUC-Campinas, Everardo de Carvalho, um dos articuladores da campanha. Segundo ele, edifícios como a sede da Sanasa, CPFL, Viracopos, os prédios da PUCC, CAISM e da Câmara Municipal, estão entre os que deverão ser iluminados.
O Brasil registrou no ano passado, 53.700 casos de câncer de mama. Treze mil mulheres morreram. Esta é a segunda causa de morte de mulheres no País, perdendo apenas para os problemas cardiovasculares. “O mais importante dessa campanha é sensibilizar as mulheres a procurarem o médico e realizarem o diagnóstico precoce. As pessoas precisam saber que o diagnóstico precoce amplia enormemente as chances de cura. Na verdade, a cura é obtida em 95% dos casos”, alerta Carvalho.
O professor garante que a cidade de Campinas é uma das mais bem preparadas do País para diagnosticar e tratar pacientes com câncer de mama. Segundo ele, a rede de atendimento na cidade funciona plenamente e por conta disso, o tratamento é iniciado com muita rapidez. “Para se ter uma ideia, existe uma lei federal que obriga a rede pública a oferecer tratamento de câncer em até 60 dias depois de diagnosticado. Aqui em Campinas, para o câncer de mama, esse prazo não chega a 30 dias”, argumenta.
O especialista diz muita mulheres fogem da consulta por temer um resultado positivo e este pode ser o grande erro. Ele conta que numa averiguação de rotina, feita aleatoriamente há algumas semanas, descobriu que de 20 consultas agendadas, oito mulheres não compareceram. “São essas mulheres e suas famílias que a campanha quer sensibilizar. Precisamos mostrar a elas que as chances de cura são enormes e, portanto, é muito melhor enfrentar”, ensina.
CALENDÁRIO – Além de aderir à campanha iluminando o prédio, a Câmara Municipal deverá participar de uma outra forma. Com a iniciativa conjunta dos vereadores Campos Filho (DEM) e Rafa Zimbaldi (PP), a Casa deverá apresentar projeto que coloca a Campanha no calendário oficial do Município. “Isso vai levar as autoridades a promoverem esse tipo de campanha anualmente, ampliando de forma consistente a conscientização da população”, ressalta Zimbaldi.
“Entre suas atribuições, a Câmara também tem como missão participar de campanhas de conscientização importantes como estas, que podem salvar vidas”, conclui o presidente Campos Filho.
HISTÓRIA – A história do Outubro Rosa remonta à última década do século 20, quando o laço cor-de-rosa, foi lançado pela Fundação Susan G. Komen for the Cure e distribuído aos participantes da primeira Corrida pela Cura, realizada em Nova York, em 1990 e, desde então, promovida anualmente na cidade.
Em 1997, entidades das cidades de Yuba e Lodi, também nos Estados Unidos, começaram efetivamente a comemorar e fomentar ações voltadas a prevenção do câncer de mama, denominando como “Outubro Rosa”.
Para sensibilizar a população inicialmente as cidades se enfeitavam com os laços rosas, principalmente nos locais públicos, depois surgiram outras ações como corridas, desfile de modas com pessoas que tinham superado a doença e atividades educacionais e esportivas.