Ato será na quinta-feira (10), às 18h. Assine o plebiscito no link abaixo
Nesta quinta-feira (10), movimentos sociais, sindicatos e trabalhadores vão às ruas para exigir a taxação dos bilionários no Brasil. O ato está marcado para as 18h, na Avenida Paulista, em São Paulo.
A principal pauta é pressionar o Congresso a aprovar medidas que façam os super-ricos pagarem mais impostos, aliviando a carga para quem ganha menos. Com a proposta, quem recebe até R$ 5 mil por mês ficaria isento do Imposto de Renda, enquanto quem ganha até R$ 7 mil teria redução na alíquota.
A mobilização faz parte de uma campanha nacional por justiça fiscal e distribuição de renda. Organizações populares prometem reunir milhares de pessoas na principal avenida do país.
Por que os super-ricos pagam menos impostos (proporcionalmente)?
O sistema tributário brasileiro é regressivo. O Brasil cobra mais impostos sobre consumo e salário do que sobre renda e patrimônio.
Isso significa que pobres e classe média pagam mais impostos proporcionalmente à sua renda, porque pagam mais tributos embutidos em produtos e serviços.
Já os super-ricos concentram renda em lucros, dividendos e grandes patrimônios — que, em muitos casos, não são tributados ou são pouco tributados.
Lucros e dividendos não são taxados
Desde 1995, quem recebe lucros e dividendos de empresas não paga Imposto de Renda sobre isso.
Assim, um dono de empresa pode transformar seu salário em lucro distribuído e ficar isento de IR.
Enquanto isso, quem recebe salário paga IR direto na fonte.
Exemplo:
Um trabalhador CLT que ganha R$ 10 mil paga até 27,5% de IR.
Já um acionista que recebe R$ 1 milhão de lucros pode pagar zero de IR sobre essa parte.
Grandes fortunas não são taxadas
Diferente de países como EUA, França ou Noruega, o Brasil não tem imposto sobre grandes fortunas.
O Imposto sobre Propriedade (IPTU, IPVA) existe, mas não atinge grandes patrimônios financeiros, como aplicações, imóveis de alto padrão ou iates, que muitas vezes ficam fora do radar.
Isenções e brechas legais
Super-ricos contratam planejamento tributário agressivo, com offshores e fundos exclusivos. Assim, reduzem a base de cálculo dos impostos. Pessoas comuns não têm acesso a esses instrumentos.
Dados tributários
Segundo o Instituto de Justiça Fiscal, os 10% mais pobres pagam cerca de 32% de sua renda em tributos indiretos.
Já os 10% mais ricos pagam em média 21%, mas grande parte não entra na conta por estar blindada em isenções.
O que a proposta defende
Tributar lucros e dividendos, como em quase todos os países desenvolvidos.
Criar imposto sobre grandes fortunas (já previsto na Constituição, mas nunca regulamentado).
Reduzir o peso de impostos indiretos e do IR sobre salários baixos e médios.
Veja a lista completa de bilionários brasileiros. Os valores são em dólares.
- Eduardo Saverin — US$ 34,5 bilhões
- Vicky Safra — US$ 20,7 bilhões
- Jorge Paulo Lemann — US$ 17 bilhões
- David Velez — US$ 10,7 bilhões
- Carlos Alberto Sicupira — US$ 7,6 bilhões
- André Esteves — US$ 6,9 bilhões
- Fernando Roberto Moreira Salles — US$ 6,5 bilhões
- Miguel Krigsner — US$ 6,1 bilhões
- Pedro Moreira Salles — US$ 6,1 bilhões
- Alexandre Behring — US$ 5,7 bilhões
- João Moreira Salles — US$ 4,5 bilhões
- Walther Moreira Salles Junior — US$ 4,5 bilhões
- Jorge Mol Filho e família — US$ 4,4 bilhões
- Joesley Batista — US$ 3,8 bilhões
- Wesley Batista — US$ 3,8 bilhões
- Maurizio Billi — US$ 3,7 bilhões
- Alceu Elias Feldmann e família — US$ 3,3 bilhões
- José João Abdalla Filho — US$ 3,2 bilhões
- Mário Araripe — US$ 3 bilhões
- João Roberto Marinho — US$ 3 bilhões
- José Roberto Marinho — US$ 3 bilhões
- Roberto Irineu Marinho — US$ 3 bilhões
- Lírio Parisotto — US$ 2,5 bilhões
- Marcel Herrmann Telles e família — US$ 2,3 bilhões
- Alexandre Grendene Bartelle — US$ 2,2 bilhões
- Julio Bozano — US$ 2,1 bilhões
- Luciano Hang — US$ 2 bilhões
- Jayme Garfinkel e família — US$ 1,8 bilhão
- Guilherme Benchimol — US$ 1,7 bilhão
- Alfredo Egydio Arruda Villela Filho — US$ 1,7 bilhão
- Luiz Frias — US$ 1,7 bilhão
- Ilson Mateus e família — US$ 1,7 bilhão
- Sasson Dayan e família — US$ 1,5 bilhão
- Ana Lucia de Mattos Barretto Villela — US$ 1,5 bilhão
- Artur Grynbaum — US$ 1,5 bilhão
- Rubens Menin Teixeira de Souza — US$ 1,5 bilhão
- Rubens Ometto Silveira Mello — US$ 1,5 bilhão
- Carlos Sanchez — US$ 1,5 bilhão
- Eduardo Voigt Schwartz — US$ 1,5 bilhão
- Mariana Voigt Schwartz Gomes — US$ 1,5 bilhão
- Cristina Junqueira — US$ 1,4 bilhão
- José Roberto Ermirio de Moraes — US$ 1,3 bilhão
- Jose Ermirio de Moraes Neto — US$ 1,3 bilhão
- Daniel Feffer — US$ 1,3 bilhão
- David Feffer — US$ 1,3 bilhão
- Neide Helena de Moraes — US$ 1,3 bilhão
- Vera Rechulski Santo Domingo — US$ 1,3 bilhão
- Jorge Feffer e família — US$ 1,2 bilhão
- Ruben Feffer — US$ 1,2 bilhão
- Lívia Voigt de Assis — US$ 1,2 bilhão
- Dora Voigt de Assis — US$ 1,2 bilhão
- Antônio Luiz Seabra — US$ 1,1 bilhão
- Jose Isaac Peres e família — US$ 1,1 bilhão
- Liu Ming Chung — US$ 1,1 bilhão
- Lucia Maggi e família — US$ 1 bilhão
Para demonstrar seu apoio às pautas defendidas, você também pode votar no Plebiscito Popular, uma consulta pública para saber a opinião de trabalhadores e trabalhadoras sobre esses temas importantes para a população.
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