
Os distritos de Sousas e Joaquim Egídio enfrentam nos últimos anos, um déficit de funcionários e delegado titular na 12ª Delegacia. Falta pelo menos mais um agente para atendimento de uma população aproximada de 28 mil habitantes.
“Hoje temos um déficit de 10 mil policiais no estado de São Paulo, e não é diferente em Campinas. Em reunião com o secretário de Segurança Pública, ele afirmou, que não tem dinheiro para contratar, e não haverá concurso público nos próximos anos”, disse o presidente do Sindicato da Polícia Civil de Campinas, Aparecido Lima Carvalho.
Segundo ele, a função do investigador é a mais prejudicada, seguida dos cargos de escrivão e delegado, pois a falta de policiais afeta a investigação, há morosidade no atendimento à população, o que gera mais impunidade, e consequentemente o aumento da violência.
Aparecido avalia, que metade dos servidores estão lotados nos serviços administrativos, e cada profissional deveria cuidar de 100 inquéritos por mês, mas com a falta de estrutura acumulam cerca de um mil processos. A defasagem de funcionários nos últimos 10 anos corresponde a 40%, segundo o sindicato.
Em Sousas, o delegado provisório Rui Flávio de Carvalho Pegolo acumula jornada de trabalho, já que é titular do Setor de Homicídio e Proteção às Pessoas (SHPP), em Campinas. Pegolo está a frente da Policia Civil em Sousas há sete meses consecutivos, logo após a aposentadoria do delegado Luiz Antônio Correia da Silva. “Ainda não tenho uma posição mas é certo que devo continuar no 12º DP”, disse o delegado.
De acordo com o investigador Geraldo, da 12º DP, o Dr. Rui Pegolo tem feito um excelente trabalho na região, e por isso a Delegacia Seccional de Campinas decidiu prorrogar a sua permanência em Sousas. O investigador destacou que o trabalho da Policia Civil é centrado na investigação, e os casos registrados são solucionados dentro do possível.
Recentemente, a servidora Márcia Regina Conte comunicou que desde setembro está em processo de aposentadoria, o que pode piorar a situação do atendimento da 12ª Delegacia de Sousas.
A Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo informou através de nota oficial, que o delegado Rui Flávio de Carvalho Pegolo assumiu a titularidade do 12º DP após a aposentadoria do antigo delegado titular. Desde então, ele foi substituído apenas uma vez, em setembro deste ano, para cumprimento de férias, por quinze dias. Somente este ano, o trabalho de investigação realizado pela equipe do 12º DP contribuiu para a identificação e prisão de vários criminosos e esclarecimento de diversos crimes, entre eles, oito casos de sequestro relâmpago ocorridos em Paulínia, Valinhos, e nas áreas do 4º e 12º DPs de Campinas. Cabe esclarecer que não procede a informação sobre o processo de aposentadoria da policial citada.
Trocas constantes
A troca vem sendo uma constante no 12º DP, pois os últimos quatros representantes ficaram apenas oito meses na região. Segundo a Secretaria de Segurança do Estado, a substituição faz parte da rotina do trabalho policial e sempre visa melhor atender à população.
A Secretaria da Segurança Pública declarou que investe para reforçar o efetivo em todo o Estado. A região do Deinter 2, recebeu desde 2011, 481 policiais civis e técnico científicos que foram distribuídos para as cidades que o abrange. Até o final do ano outros 1.241 policiais civis entre delegados, investigadores e escrivães, serão nomeados. Em setembro, foram distribuídos para todo Estado mais 588 policiais civis que se formaram na Acadepol e outros 143 estão em curso.
Abaixo assinado
Moradores dos distritos reclamam da troca constante e da falta de pessoal para atendimento. Eles elaboraram um abaixo-assinado que será entregue ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) para que seja nomeador um delegado titular e de um escrivão para a região.