Israel reduz pela metade entrada de ajuda humanitária em Gaza e mantém bloqueio a combustível

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A ONU e organizações humanitárias internacionais alertam para o risco de colapso total dos serviços básicos em Gaza. Foto RS/Fotos Publicas

ONU confirma autorização para apenas 300 caminhões; Hamas acusa violação do cessar-fogo e mantém adesão ao acordo


Por Sandra Venancio

O regime de Tel Aviv informou nesta terça-feira (14) às Nações Unidas que permitirá a entrada de apenas 300 caminhões de ajuda humanitária por dia na Faixa de Gaza, número equivalente à metade do que havia sido acordado anteriormente, segundo a agência Reuters. A restrição deve começar a valer a partir desta quarta-feira (15).

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De acordo com a comunicação oficial enviada à ONU, Israel não permitirá a entrada de combustível ou gás no território palestino, exceto em situações consideradas “estritamente humanitárias” e voltadas à manutenção de serviços essenciais de infraestrutura, como hospitais e sistemas de água. A autenticidade da nota foi confirmada pela própria Organização das Nações Unidas.

A decisão ocorre em meio à continuidade dos ataques israelenses contra áreas civis de Gaza e ao recrudescimento da crise humanitária no enclave, onde mais de dois milhões de pessoas vivem sob bloqueio. O Hamas acusou Israel de violar os termos do cessar-fogo firmado recentemente, mas declarou que manterá sua adesão ao acordo. O grupo informou ter entregue mais corpos de prisioneiros mortos, como previsto nas negociações intermediadas por organismos internacionais.

Em Washington, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, elevou o tom contra o movimento palestino, ameaçando com retaliações caso o Hamas não entregue suas armas. Apesar da pressão, fontes citadas pela Reuters indicam que o grupo ainda mantém o controle das principais áreas urbanas de Gaza, mesmo após a retirada parcial das tropas israelenses na semana passada.

Enquanto isso, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, segue defendendo publicamente uma estratégia de “guerra total” contra o Hamas. Em declarações recentes, afirmou que a operação militar “não pode terminar” enquanto o grupo não se render. Líderes palestinos, no entanto, rejeitam as condições impostas e acusam Israel de utilizar o bloqueio e os bombardeios como forma de punição coletiva à população civil.

A ONU e organizações humanitárias internacionais alertam para o risco de colapso total dos serviços básicos em Gaza, caso o fluxo de suprimentos não seja restabelecido integralmente nos próximos dias.

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