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sexta-feira, julho 11, 2025

Lula defende diplomacia e multilateralismo em entrevistas a jornais estrangeiros

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Imprensa francesa diz que há incredulidade nas decisões de Trump e vai além: “Trump, o mafioso internacional” é o título de uma coluna no jornal Libération

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta quinta-feira (10) a diplomacia, a cooperação e o multilateralismo como formas de enfrentar os desafios do mundo atual. Em artigo publicado em veículos de imprensa de diversos países, Lula criticou, sem citar diretamente o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a adoção de tarifas generalizadas, como a nova taxação de 50% sobre produtos brasileiros exportados para o mercado norte-americano.

No texto, Lula afirma que a prevalência da “lei do mais forte” ameaça o sistema de comércio multilateral, construído ao longo de décadas para garantir trocas mais justas entre as nações. Segundo o presidente, barreiras amplas, como as novas tarifas impostas pelos Estados Unidos, podem empurrar a economia global para uma “espiral de preços altos e estagnação”.

Sem citar diretamente as ações do presidente estadunidense, Donald Trump, que anunciou ontem a taxação de 50% nas exportações de todos os produtos brasileiros para os Estados Unidos, Lula disse que a adoção de tarifas abrangentes empurra a economia global para uma “espiral de preços altos e estagnação”.

O artigo foi publicado em jornais como o inglês The Guardian, o argentino Clarín e o chinês China Daily. 

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A decisão de Trump de sobretaxar todos os produtos brasileiros pegou exportadores de surpresa e deve afetar setores como o agronegócio, a mineração e a indústria de transformação. A medida faz parte de uma estratégia protecionista de Trump para fortalecer a indústria nacional em ano eleitoral.

Para Lula, no entanto, o caminho deveria ser o diálogo entre os países, reforçando acordos multilaterais e a integração de cadeias produtivas. “Somente pela cooperação podemos enfrentar desafios como a mudança climática, a insegurança alimentar e as desigualdades”, destacou o presidente no artigo.

A equipe econômica do governo estuda possíveis retaliações na Organização Mundial do Comércio (OMC) e tenta abrir canais de negociação para reverter a decisão dos EUA.

Quais as armas que tem para retaliar Trump

Acionar a OMC (Organização Mundial do Comércio): O governo pode abrir uma disputa formal alegando violação de regras do comércio internacional, principalmente se houver quebra de acordos já firmados.

  • Mobilizar parceiros comerciais: Lula pode reforçar alianças com países que também são alvo de tarifas de Trump (China, União Europeia, México) para construir uma frente conjunta de contestação.
  • Intensificar diálogo bilateral: Apesar de ser uma decisão dura, ainda é possível negociar exceções ou atenuações para setores mais afetados, usando canais diplomáticos e empresariais.
  • Tentar reverter ou mitigar as tarifas por via diplomática
  • Evitar retaliações radicais sem cálculo de impacto
  • Acelerar acordos com outros blocos econômicos
  • Oferecer suporte interno para setores mais atingidos.

Retaliação calculada

O Brasil pode impor tarifas de retaliação sobre produtos americanos, mas precisa tomar cuidado: retaliações precipitadas podem piorar o cenário e encarecer produtos importantes (como tecnologia, insumos industriais ou defensivos agrícolas).

Uma alternativa é diversificar fornecedores, buscando mercados alternativos (China, Europa, Oriente Médio) para os produtos que perderem competitividade nos EUA.

Compensação interna

Apoiar produtores e exportadores afetados com incentivos fiscais, linhas de crédito e políticas de transição para abrir novos mercados.

Fortalecer acordos comerciais regionais e bilaterais, acelerando negociações com União Europeia (Acordo Mercosul-UE), Ásia e África.

Discurso político

Lula deve manter o discurso pró-multilateralismo, mostrando que o Brasil é confiável, aberto a parcerias e contrário ao isolacionismo.

Ao mesmo tempo, pode usar o caso como palanque político interno, mostrando que luta para defender o agronegócio e a indústria nacional.

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