Polícia Civil mira quadrilha que fabricava e vendia anabolizantes e emagrecedores sem autorização da Anvisa; 85 mandados são cumpridos em 12 estados
Por Sandra Venancio
A Polícia Civil de São Paulo deflagrou, na manhã desta terça-feira (5), uma operação contra uma organização criminosa especializada na falsificação e venda de medicamentos, incluindo anabolizantes e emagrecedores, sem autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Ao todo, 85 mandados de busca e apreensão e 35 de prisão são cumpridos em 12 estados, incluindo ações em Campinas e Sumaré.
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A ofensiva policial ocorre simultaneamente em diversas regiões, com 57 ordens judiciais cumpridas no Estado de São Paulo, abrangendo cidades como a capital, Guarulhos, Mogi das Cruzes, Cotia, São Caetano do Sul, São José dos Campos, Jacareí, Campinas, Jundiaí, Louveira, Sumaré e São José do Rio Preto. Todos os departamentos de Polícia Judiciária das respectivas regiões participam da operação, que mobiliza 255 equipes compostas por três policiais cada.
Segundo as investigações conduzidas pela 1ª Central Especializada de Repressão ao Crime Organizado (Cerco), o esquema criminoso funcionava há cerca de um ano e operava a partir de uma empresa clandestina. A organização fabricava medicamentos controlados sem registro e vendia diretamente para pessoas físicas, sem exigir receita médica de controle especial.
Além de São Paulo, os mandados também são cumpridos no Rio de Janeiro, Paraná, Bahia, Mato Grosso, Amazonas, Espírito Santo, Pernambuco, Paraíba, Alagoas, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul. O objetivo é desarticular toda a cadeia produtiva e de distribuição dos produtos ilegais, que representam risco grave à saúde pública.
Operações contra medicamentos falsificados
Nos últimos anos, o combate ao tráfico de medicamentos falsificados ganhou força em todo o país. Em 2023, uma operação nacional resultou na prisão de dezenas de envolvidos na produção e venda ilegal de remédios para disfunção erétil e suplementos alimentares, com apreensão de milhões em produtos.
No estado de São Paulo, ações como a “Operação Panaceia” (2022) já haviam desmontado laboratórios clandestinos que atuavam com insumos adulterados e embalagens falsificadas, expondo consumidores a riscos graves como intoxicação e agravamento de doenças.
Especialistas em saúde pública alertam que o crescimento do comércio online favorece a proliferação desses produtos ilegais, muitas vezes com composições não comprovadas e sem fiscalização adequada, o que eleva a incidência de efeitos adversos e casos de intoxicação.
A Polícia Civil reforça que a colaboração da população é fundamental para identificar pontos de venda suspeitos e evitar que mais pessoas sejam vítimas desse tipo de crime. Denúncias podem ser feitas anonimamente por meio dos canais oficiais das polícias estaduais.
A Polícia Civil informou que, após a conclusão das diligências, os suspeitos serão indiciados por crimes contra a saúde pública, falsificação e associação criminosa.